quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

E tu se tornarás um nerd...


Minha namorada é uma nerd. Das mais bonitas, é verdade, mas ainda assim uma nerd. Meu cunhado é um nerd. A grande maioria dos meus amigos e alunos são nerds. Muitos inclusive poderão estar lendo isso e pensando “Não. Eu não sou nerd.”. Apenas uma negação sem propósitos de um fato inegável.
Deus queira que não, mas até eu, talvez, seja um nerd.
Sabendo ser isso um sacrilégio comecei a ler o livro sagrado, incluindo o “Gênesis” enviado por meu cunhado, Cláudio.

Livro I - Gênesis

1. No princípio, Deus criou o Bit e o Byte. E deles criou a Palavra. E nada mais existia. E Deus separou o Um do Zero; e viu que era bom. E Deus disse: "Que os dados existam, e vão para os seus lugares devidos", e criou os disquetes, os discos rígidos e os discos compactos.
2. E Deus disse: “Que apareçam os computadores, e sejam lugar para os disquetes, e para os discos rígidos e para os discos compactos”. Então Deus chamou os computadores de "hardware". E não havia ainda ware. Mas Deus criou os programas; e disse-lhes: "Vão, multipliquem-se e encham a memória".
3. E Deus disse: “Vou criar o Programador, e ele irá governar os programas e a informação". E Deus criou o Programador, e colocou-o no CPD; e Deus mostrou a estrutura do DOS e disse: "Podes usar todos os diretórios e subdiretórios mas NUNCA UTILIZAR O WINDOWS".
4. E Deus disse: "Não é bom para o Programador estar só". Ele fez a criatura que iria olhar para o programador e admirá-lo, e amar as coisas que ele faz. E Deus chamou-a "Analista". E foram deixados sob o DOS e era bom.
5. Mas BILL era mais esperto que as outras criaturas de Deus. E BILL disse para o Usuário: "Foi mesmo assim que Deus disse, que não podias executar nenhum programa? Como podes falar de algo que nunca experimentaste? No preciso momento em que executares o WINDOWS tornar-te-ás igual a Deus. E poderás criar tudo o que quiseres com um simples toque no mouse". Então a Analista instalou o WINDOWS, e disse ao Programador que era bom.
6. O Programador começou a procurar novos drivers. E Deus perguntou-lhe: "Que procuras?" E o Programador respondeu: "Estou a procura de novos drivers que não encontro no DOS". E Deus disse: "Quem disse que precisavas de novos drivers? Executaste WINDOWS?".
7. E Deus disse ao BILL: "Serás odiado por todas as criaturas. E a Analista estará sempre zangada contigo. E venderás o WINDOWS para todo o sempre, e sempre com problemas".
8. E disse à Analista: "O WINDOWS irá desapontar-te e comer toda a tua memória; e terás que usar programas reles, e irás adormecer em cima dos manuais".
9. E disse ao Programador: "Todos os teus programas terão erros e irás corrigi-los até o fim dos teus dias".
10. E Deus expulsou-os do CPD, fechou a porta e colocou uma password.

Palavras do Senhor. Graças a Deus.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Cartões de Natal.....

Nesse natal, 34 amigos e parentes receberam um cartão de natal de seu amigo, o americano, Chet Fitch. Até aí nenhum problema, nada mais comum do que receber um cartão de natal dos amigos. Inclusive, os cartões traziam uma foto em que ele e a mulher dançavam juntos.
A única coisa que os amigos estranharam é que a mulher de Chet morreu em 1995 e ele mesmo, morreu em outubro do ano passado com 88 anos.
Ao olharem o endereço do remetente, os amigos encontraram “Paraíso”.
Os cartões estavam escritos à mão com a letra de Chet e continham a seguinte mensagem:

"Eu pedi ao Todo Poderoso se eu podia dar uma fugida para enviar os cartões”
"No começo ele disse que não, mas depois eu insisti e ele disse: 'Bom, tudo bem, vá em frente, mas não se demore por lá'".
"Eu provavelmente vou vê-los em breve (alguns mais cedo do que imaginam). Eu desejo um feliz Natal".

A barbeira de Chet, Patty Dean, disse que os dois bolaram a coisa toda em 1987 e que Fitch gostaria de fazer essa ultima brincadeira com os amigos. Uma semana antes de morrer ele disse a Patty que esse ano, ela provavelmente, poderia mandar os cartões.

E depois, eu é que tenho um estranho senso de humor.


O link para a reportagem é: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2007/12/071225_cartaonatalpostumo_np.shtml

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Balanço de fim de ano...


Pobre blog, abandonado às moscas por quase um mês inteiro. Também, minha vida esse mês foi tão turbulenta, que me senti um avião em meio à tempestade. E achei por alguns momentos que ia cair.

Muitas provas para elaborar, aplicar, corrigir, assistir as apresentações de conclusão de módulo, fechamento de diários e entrega de notas, faltas e médias finais. Saí de um colégio e ganhei uma “promoção”, almejada há dois anos em outro. Turbulências, stress, correria, alegrias, tudo muito intenso, muito corrido. Agora que acabou e o ano está no fim, vou fazer o balanço.

Esse ano começou muito complicado, confuso. Demorei em aceitar algumas mudanças bruscas na minha vida. E olha que eu sou do tipo que não gosta de perder tempo aceitando as coisas. Eu prefiro ter reações rápidas ao que me acontece. Mas descobri que nem sempre é possível. Pelo menos aprendi uma valiosa lição.

Para não enlouquecer, no final do ano passado elaborei uma lista de projetos em que eu deveria me dedicar. Retifica do motor e capota nova para o meu carro foram duas coisas da lista. Fui muito bem nelas. Consegui antes de março terminar de pagar pelas duas. E ainda, no decorrer do ano, consegui trocar os pneus e colocar bancos novos, além de novos faróis, cintos e outras pequenas coisas. São as pequenas coisas que me trazem felicidade. Dirigir com prazer é uma delas.

Outros tópicos da tal lista foram “prioridade total para os amigos” e “um ou dois grandes amores”. Fui bem sucedido nas duas. Meus amigos de verdade não me abandonaram e ainda consegui outros maravilhosos, nessa cidade e em outras também. Pessoas que eu amo de coração e que me foram muito importantes, se não essenciais, nos momentos ruins e que agora que estou bem, têm a minha prioridade. Isso deverá se manter assim. Meu coração foi muito exigido esse ano. Para o bem e para o mau. Estou plenamente satisfeito com os resultados.

“Uma melhora no plano profissional” era o penúltimo item. Dei aula em vários locais, uns bons, outros terrivelmente opressivos parecidos demais com presídios, onde vivenciei coisas que não gostaria como o “suicídio” de um dos alunos. Coisa pra esquecer, instituição para deixar para trás.

Agora, somente no finalzinho do ano, consegui a coordenação de informática de um colégio em que trabalho. Porém saí de um outro onde os professores, apesar do pouco tempo em que convivemos se mostraram amigos valorosos e pessoas com quem adorei trocar informações. Tenho um ano pela frente, onde o lado profissional ocupará um bom espaço em minha vida.

E por ultimo eu queria “Uma melhora no plano espiritual”. Foi o único item em que fui totalmente mal sucedido. Busquei mudanças, e busquei também cursos para melhorar algumas facetas minhas que andam meio esquecidas, adormecidas, mas não tive êxito.

Falta-me maturidade nessa área.

Olhando para trás, daqui, do fiinzinho desse ano eu vejo que entre todas as coisas que aconteceram, foi no final das contas um bom ano. Consegui novas amizades, novo amor, praticamente terminei a minha licenciatura, estou com um carro reformado e consegui o apoio da área na escola para tentar mudanças e melhorias.

Olhando para frente eu não consigo ver muita coisa. Para frente é sempre nublado. Sempre difícil de ver. Mas eu farei novos planos. Vou impor-me novas metas.

Eu posso não saber o que me acontecerá amanhã, mas definitivamente, terei planos para me guiar.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Igreja, analfabetismo e doenças venéreas...


Não é que eu goste de ser polêmico. Na verdade, sempre que vejo algo que me parece unânime, eu tento enxergar outro ponto de vista. Já dizia Nelson Rodrigues: A unanimidade é burra. Acredito nisso.

Um bom exemplo foi algo que eu vi no colégio e me fez pensar. Os alunos têm que entregar um projeto todo fim de ano letivo, e apresentam o mesmo para uma banca de professores e para outros ouvintes. Muito interessante.
E como parte disso tudo, eles acabam fazendo propaganda na escola para que as pessoas se interessem e assistam os projetos. Enquanto passava pelo corredor, li alguns cartazes que estavam dividindo o espaço, de forma democrática, com outros tantos. Eles estavam na seqüência e diziam: “A igreja pediu perdão pela inquisição.”, “A igreja pediu perdão aos judeus, por ter se calado durante a segunda grande guerra.”, “Quando a igreja vai pedir perdão pelos mortos pela AIDS?”.

Eis aí a questão. Eu acho que nunca. E acho que nem deveria.

Algumas pessoas alegam que a África, onde a maior parte da população é católica, tem os maiores índices de AIDS do mundo. Isso por quê? Porque em parte a igreja proíbe o uso de preservativos. Tudo seria muito mais fácil se a igreja liberasse então os preservativos, não?
Bom, eu acredito no ser humano. Acredito que somos fracos, que não gostamos de sacrifícios e que não gostamos em nada de assumirmos nossos erros e nossas fraquezas.

Pra começo de conversa, a igreja católica, com seu pensamento extremamente conservador, proíbe o sexo antes do casamento. Segundo que ela libera o sexo somente entre pessoas casadas. Terceiro que ela proíbe o adultério. Então alguém poderia me dizer, como diabos, uma pessoa pode pegar AIDS desse jeito? Se ela for católica, não tem por onde.

Não estou defendendo a igreja, não. Estou defendendo uma das coisas que admiro nela. Essa forma de ir contra todos e manter a sua opinião.

O problema, não é que a igreja não permita o uso de preservativo. O problema, a meu ver, é que as pessoas não gostam de seguir a risca algo que não lhes agrade totalmente. Quer ser católico? Ora, fique sem transar. Espere casar (e depois continue sem transar, por que não sei se você sabe, o casado também não faz sexo).

Isso aconteceu com a educação aqui no Brasil. Triste. Fazendo um paradoxo com a igreja, a educação no Brasil, ouviu o apelo do povo e cada vez mais, facilitou a coisa toda. Se você, conseguir enganar a secretaria de uma escola e matricular um cachorro, você terá em nove anos um cachorro com o ensino fundamental completo. Ou seja, um cachorro com mais estudos do que o nosso presidente.

Isso acontece porque para conseguirmos financiamentos e empréstimos, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), exigem que atinjamos alguns números. Não importa de que maneira. Analfabetismo, mortalidade infantil, etc.

Como combater o analfabetismo? Pare de reprovar. Fácil assim. Como ninguém teve essa idéia antes? Genial.

Pois é. Posso estar errado, claro. Mas eu não acredito nisso de facilitar. Não facilito com meus alunos, como eles me pedem, porque acredito no potencial deles. Eles ficam bravos comigo, mas no final do semestre, quando terminam os projetos de conclusão de módulo, eles percebem que o alcance deles é maior do que imaginavam. E apesar de todo o desespero, sempre conseguem terminar, entregar e apresentar.

Meus alunos têm que se preocupar, é quando eu começar a facilitar, pois eu sou como a igreja católica.

Quer o céu? Faça por merecê-lo.

domingo, 25 de novembro de 2007

Seriam as mulheres indecisas?...


Estava conversando com uma amiga minha, pelo MSN, esses dias, e ela me confessou: “Eu sou meio indecisa sabe?”. Obviamente eu respondi “Claro, você é mulher”.
É necessário esclarecer que eu não disse isso de forma pejorativa, claro. Mas é uma verdade. Toda mulher é indecisa.
A conversa continuou e ela me disse que tem esse problema, porém, apenas nos assuntos relacionados às coisas supérfluas como roupas e corte do cabelo. Menos mal. Mas, ainda sim uma genuína representante das mulheres.
Quer ver como a coisa funciona? Chegue de surpresa na casa de sua namorada e a convide para ir a um evento social qualquer. Ela fatalmente perguntará “Quem vai a essa festa?”. E irá demorar muito tempo pra se vestir. Algo próximo de uma eternidade.
Para nós homens o processo é mais simples. A única coisa que temos que saber é se a festa necessita de trajes sociais ou não. Tanto melhor se não. Já para as mulheres essa informação não basta. Muitas coisas passam pela cabeça delas.
Após terminarem de se vestir elas chegam e sempre perguntam “Demorei?”. No começo de um relacionamento, sempre respondemos que não. Sempre. Ou usamos as respostas alternativas semelhantes como “Imagina”, “De jeito nenhum”, ou após um pequeno tempo de relacionamento o famoso “Demorou, mas valeu a pena.”.
O bom em se ter a minha idade é que já não me preocupo muito com isso. Como eu sei que toda mulher demora a se vestir, procuro sempre marcar tudo com alguma antecedência e sempre faço o relato completo do evento como onde será, a que horas e quem, provavelmente, irá. Isso porque, se você está atrasado e em um ato impensado, responde a pergunta fatal com um “Caramba, demorou bastante” ela será obrigada a mentir dizendo que demorou, pois estava se vestindo para você. E nós sabemos que isso é uma mentira tão deslavada, quanto um orgasmo fingido.
Uma mulher nunca se veste para o homem.
E elas não o fazem por um motivo simples; as outras, muito provavelmente, com ciúmes do parceiro, diriam que ela é uma vagabunda. Sim, isso porque a mulher que quiser se vestir para o seu homem irá colocar roupas que valorizem os seus dotes, utilizando grandes decotes e calças ou vestidos que valorizem a sua bunda. Apenas isso. Nada de brincos, ou batom, ou pulseiras, sapatos que combinam com a bolsa, nada disso. As únicas mulheres que eu conheço que se vestem exclusivamente para os homens são as prostitutas e convenhamos o nosso gosto apesar de prático é bastante questionável.
Mulher se veste mesmo é para outras mulheres. Elas cortam o cabelo para as outras mulheres, pintam as unhas para as outras mulheres e compram jóias para usarem como adorno para outras mulheres.
Vai dizer que nunca aconteceu com você de chegar a uma festa e uma amiga de sua namorada ou esposa, dizer: “Nossa, seu cabelo ficou lindo.”. A primeira reação dela depois de agradecer, será lançar aquele olhar que diz “Está vendo? Pelo menos alguém reparou em mim.”, restando a você um único e adequado pensamento: “fodeu”.
É, agora é tarde demais para reparar o deslize de não ter reparado que ela cortou as pontas, diminuindo a vasta cobertura capilar em um ou dois centímetros.
Os casados têm pesadelos em que eles chegam em casa e a esposa pergunta “Não está notando nada diferente em mim?”. Eles sabem que a resposta errada a essa pergunta acabará com qualquer remota possibilidade de sexo naquela noite e portanto, resta apenas o chute.
Pensando bem, acredito que elas façam isso de propósito. Elas sabem que apenas outras mulheres e talvez os gays é que teriam uma chance mínima de responder a essa capciosa pergunta. Um homem heterossexual, jamais.
É por esse motivo que elas perguntam quem vai à festa. Para saber se haverá alguma concorrente direta, ou “amiga” a quem queira impressionar. Muita coisa para pensar. Isso gera uma confusão, que transforma o simples ato de vestir alguma roupa em uma experiência complexa e extenuante.
Sendo assim, vendo por esse prisma, podemos talvez, chegar à conclusão de que as mulheres não são indecisas, ao menos no que diz respeito a se vestirem.
Elas apenas são muito competitivas.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Mas afinal de contas, onde estamos?...


Hoje eu resolvi escrever, apenas com o intuito de fazer com que você entenda como é raro(a). É isso mesmo. A julgar pela média dos meus leitores, aqueles que eu conheço, vou mostrar como isso é verdade.
Quem leu até aqui deve estar pensando, “Pronto, ele resolveu começar a puxar o nosso saco, porque o blog dele já está com mais de mil visitas” hehehe.

É verdade. Pelo menos a parte das visitas. Mas não puxarei o saco de ninguém, não. Apenas mostrarei os fatos.
Ah, os fatos.
Comecemos.
Você é brasileiro. Um dos 191.791.000 moradores desse País. Isso significa que você pertence a 3,80% dos moradores desse globo. Dentre esses felizardos, se você sabe onde estão posicionados os Estados Unidos, dentro do Mapa Mundi, então você passa a pertencer a uma minoria de 18% da população. É verdade. Segundo a revista Veja, 82% de nossos conterrâneos, não sabem onde ficam os EUA. Você acha isso critico? Tenha calma e permaneça sentado. Isso piora. E muito.
Digamos que você saiba onde fica a nossa vizinha Argentina, então você deixa de ser igual a 84% da população. E se você consegue localizar o Japão no mapa, melhor ainda. Você é minoria quase absoluta. Se for a França, então, uau, você é uma pessoa rara. Pois 92% dos brasileiros, não sabem onde fica o Japão (aquela ilha, dá pra acreditar?) e 97%, não tem idéia de onde diabos, fica a França. Você pertence à rara minoria que tem o privilégio de saber onde mora aquele povinho metido a besta que fala com biquinho.
Mas se não sabe, relaxe. Se alguém abrir o mapa na sua frente e você, por um acaso, souber apontar, onde fica o Brasil, isso mesmo, o Brasil, então você está melhor do que 50% da população.
Pois é. A gente tira um sarro dos Americanos, porque eles acham que a capital do Brasil é Buenos Aires, e nós mesmos, não temos a menor idéia de onde fica nosso próprio País. 50% é um número significativo demais. E as pessoas, quando questionadas a respeito da localização, excluindo, claro os que apenas disseram, “não sei”(esses 20%), 2% acham que nós estamos na África, ocupando o lugar da República Democrática do Congo, outros 2% no lugar da Argentina e 1% no Chade, no continente Africano.
Eu achei um site muito legal, que mostra muitas informações a respeito dos Países pelo mundo, e é ligado ao IBGE. O link é http://www.ibge.gov.br/paisesat/ . Eu fiquei impressionado com a semelhança entre os dois Países. Praticamente iguais. Brasil e Chade. A diferença, acredito, é que não temos Savanas e nem leões.
Porra, será que esse pessoal nunca jogou WAR???
Bom, voltando ao assunto, você se sente raro como deveria? Aposto que não ficou feliz com isso.
Eu não fiquei.
Mas não consegui segurar um sorriso maldoso, quando imaginei a Dona Marisa, perguntando para o nosso presidente “Você vai para a França? Mas onde diabos fica isso?”
Tenho certeza de que ele apontaria para a Groelândia.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

A arte de colar...


Dia de prova. Sempre o mesmo roteiro. Entro na sala de aula, com o pacote de avaliações em baixo do braço. Jogo o pacote na mesa e olho para a classe, à procura de olhares desviados. O primeiro sinal.
O tempo sempre está a meu favor nessas datas. Sempre. Calmamente, tiro as avaliações do pacote, e as separo em cima da mesa com a frente voltada para a mesa. Isso aumenta a tensão de quem está com más intenções. Deixo as avaliações na mesa e faço algum discurso para tentar convencer essas pessoas, de que essa não é a melhor das idéias. Convencê-las de que mesmo que elas sejam boas nisso, eu também sou, o que aumenta em muito a probabilidade do fracasso. Fiz isso a minha vida toda. Ginásio, Colégio, Faculdade e até licenciatura. Sei muito bem do que estou falando. Conheço esse terreno como a palma de minha mão. E agora me voltei para o outro lado. O lado opressor. O lado negro. Agora eu sou o inimigo. E conheço as artimanhas, as técnicas e as táticas.
Amoleço o lado psicológico. Depois do discurso eles já estão prontos.
Entrego as folhas ainda viradas para os primeiros das fileiras e peço para passarem para trás. Isso me deixa avaliar as reações de uns poucos. O segundo sinal.
A verdade é que mais da metade dos que fariam algo, desistem nessa hora.
Agora nada mais é probabilidade. Agora tudo é fato. Ou está acontecendo, ou não está.
Com os nervos já atiçados, os “coleiros” (vamos chamá-los assim), já estão prontos para serem pegos. E seus atos vão entregá-los. Quem é professor sabe para onde olhar. Nos primeiros trinta segundos de prova, já é possível saber quem vai e quem não vai colar. Eu sei disso, colegas meus sabem disso e alguns como o Rogério, melhor ainda.
Procuro não olhar diretamente para o “coleiro”. Mas quem está colando, tenta se certificar de que não está sendo observado. Procura a posição do professor o tempo todo. O terceiro e derradeiro sinal.
A tática para apanhar as primeiras colas é simples. Ficar parado, fingindo de morto. Alguns ganham coragem nessa hora. Puxam a cola e ficam vulneráveis nesse momento. Nunca me levanto enquanto eu não tenho a completa noção de onde veio o papel e para onde ele vai. Depois é levantar, caminhar lentamente, com o alvo em vista o tempo todo e pegar. Cola e avaliação. Contravenção e provas do crime. Sem discussão, sem ameaças, sem risadas, sem nada. Em absoluto silêncio, para não assustar os demais. Alguns dão risada, outros ficam nervosos. Quarto e desnecessário sinal.
Pegou à primeira, vá atrás das outras. Não de uma segunda chance. Os que não forem pegos darão risada dos que forem. Seja opressor, mas seja justo.
Eu não faço isso pra prejudicá-los. Mas, se você quer fazer algo ilícito, pelo menos faça a coisa correta. Colar é uma arte.
Se o Lula tivesse sido meu aluno, ele estaria fazendo um governo melhor.
O que lhe falta saber, é que sempre, sempre, tem alguém de olho.
.
Foto: 05/11/2007 - Colas apreendidas em um dia de provas...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Ácido...


Há algum tempo eu li na revista Veja, que conseguiram classificar, quatro principais tipos de humor. Existe, na reportagem, inclusive, um questionário que ao responder e somar o resultado, de acordo com as respostas, é possível descobrir qual é o seu tipo de humor, dentre os quatro: “Corrosivo”, “De bem com a vida”, “autodepreciativo” e “agregador”. Eu já havia feito o teste, nessa época, e descobri que o meu principal humor, pasmem, é o corrosivo.
Pois eu procurei e achei a reportagem on-line, e o link é http://veja.abril.com.br/151106/p_116.html.
Segundo a matéria, se o leitor obtiver uma somatória maior do que 17 pontos em um dos tipos, isso significa que esse é o humor principal, e que ele é frequentemente utilizado. O único humor que ficou abaixo dos 17, no meu caso, foi o “de bem com a vida”. E eu fiz 16. No meu humor principal, o corrosivo, eu atingi os 25 pontos. E no autodepreciativo fiquei na faixa dos 23.
É. Fica mais fácil enxergar as coisas, quando você passa a se conhecer. Eu sempre achei que fosse meio ácido, que não deixava passar nenhuma mancada dos meus amigos. Sempre entendi a frase, perder o amigo, mas nunca a piada. E sempre fiz cumprir isso. Mas não costumo perder meus amigos. Acho que eles estão acostumados. Acredito que eles entendam que isso faz parte do meu incomparável charme e que não distante, é mais forte que eu.
Já o que me fez pensar foi o autodepreciativo. Aquele em que você mesmo não perdoa as cagadas que faz. Os erros, os deslizes, as mancadas. Tudo, tudo, vira material para chacotas. Quanto mais feia a situação para você, mais engraçada ela se torna para os outros. Desde que você não faça papel de vitima, claro. As vitimas são chatas.
Mas esse também é o meu problema. Eu costumo ser melancólico e, são necessários anos de convivência para detectar quando estou assim. E quanto mais melancólico eu fico, mais ácido eu me torno.
Eu acabei descobrindo, que, por vezes, me escondo atrás do escárnio.
Quase ninguém percebe quando estou deprimido. A não ser, claro, que eu esteja muito, muito infeliz.
E não tem a frase que diz que todo palhaço é triste? Isso não é verdade. Minha ruína só se transforma em piadas quando acaba o meu material.
Por favor, alguém procure dar uma mancada na minha frente. Mesmo que pequena.
Não posso, de jeito nenhum, ficar sem material...

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Um drink no limbo...

Sábado à noite, vinte e duas horas, vinte graus e em frente ao número 90 da Rua Treze de Maio, onde fica o Zinc rock bar, chega uma Van com a banda de cover do WhiteSnake, chamada Blacksnake, mais um vocalista e um baterista de uma outra banda chamada Ironia-SP. O baterista esta bêbado. Tanto quanto se pode estar embriagado. Talvez um pouco mais.
Durante a viagem em direção ao local do show ele entra em atrito com membros da outra banda e quase começa ali uma briga. Bêbados são invencíveis, segundo a lenda. O vocalista parece um pouco preocupado. Além do ébrio estado do baterista, o guitarrista e o baixista ainda não chegaram. Eles moram longe. Quase tão longe quanto Santana do Parnaíba, já ouviu falar?
Os pagantes começam a entrar enquanto os músicos afinam os instrumentos.
Os músicos de outras bandas, claro. O baterista sumiu. Deve ter ido a um bar para beber mais um pouco.
Resolvi dar uma volta pelo estabelecimento. Do tamanho de duas salas de aula (medida padrão para professores bitolados), o minúsculo bar é dividido em dois andares: o térreo e o inferior, onde tem uma mesa de sinuca, os famosos sofás, que um dia, antes das manchas de líquidos inomináveis, tiveram uma cor e talvez fossem azuis e os banheiros. Todos sabem que eu conheço o nível de uma casa pelo banheiro que ela acomoda. Essa não tinha luz no banheiro. Me enganaram. Mas mesmo no escuro a coisa era feia. E pintado de preto ainda. Ou seria apenas mofo? Achei melhor subir para uma das mesinhas espalhadas pelo andar térreo e esperar o show começar.
O vocalista, Will, sim o mesmo do artigo “Um drink no inferno...”, ocupa uma mesa próxima a nossa e resolve começar a escrever a playlist. Agora? É. Mas ele desiste no meio, pois terá que fazer uma para cada integrante, e o baterista, com certeza, não conseguirá ler. Afinal nem era um rótulo de cachaça. “Na hora a gente vê. Eles ainda nem chegaram.”.
Quando o relógio marcou onze em ponto, um cara do bar, chegou perto do vocalista e disse: “Vocês tem que entrar agora, mesmo. Eu vou ao banheiro e quando voltar vocês tem que estar em cima do palco.” .
E agora? Foi quando o Will avistou o guitarrista e o baixista entrando, sem camisa junto com o baterista. Com exceção do próprio Will e do baixista, esse, um professor de Geografia, os outros estavam completamente bêbados. Confesso que fiquei preocupado e previ o vexame. Seriam notas erradas, com deslizes e talvez, sendo um pouco apocalíptico até jatos de vômito no palco.
Eles se posicionaram, sem afinar os instrumentos, pediram um guitarrista de outra banda emprestado, um cara chamado Guilherme (toca muito), e começaram o show. A cada música terminada, uma virada do vocalista e o pedido de nova música. E assim foram. Uma a uma.
Eu não sei como eles fazem isso. Devem ser os poderes dos deuses do rock. É a mesma coisa do Ozzy. Ele não consegue nem falar direito, por conta de tanta droga nos idos anos, mas quando ele pega o microfone, se transforma. Incrível.
Aconteceu à mesma coisa a eles. Tocaram muito. Muito mesmo. Não erraram nada. E o Will, pra variar, cantou demais.
Estou ficando famoso no submundo das bandas de rock. Ganhei um outro agradecimento, além do Kurt na semana passada. O Will mandou um agradecimento ao professor “from hell”. Valeu Will.
Show bem sucedido e banda normalmente alcoolizada. De novo, nem andavam em pé direito. Tudo dentro da mais perfeita normalidade.
A outra banda a tocar, também tinha um ex-aluno meu, o Rafa, que arrebentou no teclado. E que banda. BlackSnake. Segundo o Rafa, apenas dois ensaios separaram eles do show. Inacreditável.
Perdi algumas partes do show por conta do baterista bêbado, mas com memória absolutamente incrível, que gritava a cada beijo que eu dava em minha namorada “Aeeeeeeee professor!!”. Ele lembrou que eu estava no ultimo show, que eu estava com ela, e que ainda não estávamos namorando. Álcool acaba com os neurônios? De jeito nenhum. Acho que na verdade conserva-os.
Uma noite excelente com shows excelentes, que acabou com uma carona para um rockstar.
A cada dia eu fico mais feliz por ser professor e ter a oportunidade de conhecer gente assim como o Will, seus amigos e o Rafa.
Pena só, eu não ser professor de música.
Quem sabe um dia agente de bandas de rock, pelo menos?


Nas fotos - Ironia SP e Rafa

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Show do Alcöhol...


Mais um ponto positivo para a minha profissão. A gente conhece talentos. Não digo só na área em que lecionamos, mas talentos de todas as espécies. Já dizia Stephen King que talento é aquilo que te acorda no meio da noite e te implora para usá-lo.
Tem gente que escuta o apelo. Gente como quatro de meus ex-alunos do BG. Kurt, o vocalista mais lindo do mundo na opinião das groupies, Feulo, o único baterista no universo que tem o cavanhaque naturalmente dividido em dois, tocou muito. Emerson, codinome 41 e Whisky, fizeram as guitarras chorar, e algumas pessoas acreditam que eles foram abduzidos por aliens e voltaram a terra, só para tocarem na banda Alcöhol. O baixista, o Gisellen, não foi meu aluno e eu não conhecia até então, mas o cara mandou muito bem. Eles subiram no palco e para se sentirem mais em casa, só faltou pendurarem as roupas em um varal no palco. Senhoras e senhores guardem esse nome. Alcöhol.
Eles tocaram em um festival para bandas independentes no Rock bar Blackmore - http://www.blackmore.com.br/new/index.html.
Lugarzinho interessante, com bom atendimento, decoração simples, mas interessante e palco espaçoso e mais alto que a pista, só que pequeno demais. Menor que o Little Darling. Menor, acredita? E o banheiro era freqüentável. A uma distancia segura era possível até urinar em um dos cubículos.
Valeu muito a pena. Bom lugar, boa banda. O segundo show dos caras e eles realmente mostraram o que foram fazer. Ainda ganhei uma palheta de um dos guitarristas (no futuro pagarão milhares de dólares por ela) e uma declaração do vocalista.. hehehe. Valeu Whisky e Kurt. Parabéns a todos os cinco pelo show.
Valeu cada centavo.
No terceiro, adivinha? Eu irei de novo, claro.

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Capitão Nascimento...


Eu assisti a muitos filmes brasileiros ruins. Muitos mesmo. Mas, pra mim, um dos piores foi Carandiru.
Que filme lixo.
O que mais me irritou nesse filme foi a visão humanizada que quiseram passar, dos bandidos. Bandido não era bandido. Fiquei puto, quando um dos marginais morreu na grade, de braços abertos, parecendo Jesus Cristo crucificado. Só um diretor que não conhece nada a respeito do assunto, que nunca pisou em um presídio para fazer uma merda desse porte. Hector Babenco, faz filme sobre o que não conhece.
É bem a cara do Brasil mesmo. Bandido vira herói.
Isso quando não vira braço direito de Presidente da República. É a cara do País marginalizado.
Eu trabalhei em um ambiente muito parecido, se não idêntico, ao de um presídio e digo para quem quiser. Bandido é bandido e se tiver uma chance, você dançou. Não tem essa de amigo.
Acho que por isso eu gostei de Cidade de Deus. Alguém ficou com dó quando morreu o Zé Pequeno? Não. Sabe por quê? Por que ele era criminoso. Tudo bem que tem umas mancadas, como outros que não parecem tão maus, mas foi menos pior que Carandiru.
Mas no fim de semana eu vi “Tropa de Elite”. Finalmente um filme brasileiro bom. Não passa a mão na cabeça dos policiais, não passa a mão na cabeça da sociedade, dos consumidores de drogas e não passa a mão na cabeça dos bandidos. Ele mostra a realidade. Ou parte dela. Quer saber do que eu gostei? De ter os caras maus do nosso lado. Isso é um alivio. Pessoas que como os bandidos, matam sem dó, torturam e fazem o que é necessário para que tudo se resolva de um jeito ou de outro. Chega de mocinhos que são só “mocinhos”. Nós queremos só gente assim do nosso lado.
Precisa torturar? Ele tortura. Tem que bater? Ele bate. Não precisa matar? Ele mata.
Olha o e-mail que recebi do meu cunhado, o Cláudio.

Um dia quiseram ver quem era o melhor: McGyver, Jack Bauer, ou Cap. Nascimento .
Chegaram pro McGyver e falaram: A gente soltou um coelho nessa floresta. Encontre mais rápido que os outros e você será considerado o melhor!
McGyver pegou uma moeda de 5 centavos no chão, um graveto e uma pedra e entrou na floresta. Demorou 2 dias pra construir um detector de coelhos em floresta e voltou no 3o dia com o coelho.
Chegaram pro Jack Bauer e falaram a mesma coisa.
Ele entrou correndo na floresta e 24 horas depois apareceu com o coelho. Pediu desculpas porque teve q desarmar 5 bombas nucleares, recuperar 15 armas químicas, escapar de um navio cargueiro que ia pra china e matar 100 terroristas pra chegar ate o coelho.
Pediram então para o Cap. Nascimento ir buscar o coelho. Se ele demorasse menos de 24 horas ele seria o melhor. No que ele respondeu:
- Ta de sacanagem comigo 05? Ce ta de sacanagem comigo? Você acha que eu tenho um dia inteiro pra perder com essa porra de brincadeira 05 ? Tu eh mo-le-que! MO-LE-QUE 05!!! Virou-se calmamente para a floresta e gritou:
- Pede pra sair!!! Pede pra sair cambada!!!
Em menos de 5 segundos já tinham saído da floresta: 300 coelhos, 20 jaguatiricas, 50 jacarés, 1000 paca-tatu-cotia-anã, o Shrek e o monstro-fumaça do Lost.
Então ele gritou:
- 02, tem gente com medinho de sair da floresta, 02!
- 07, traz a 12!
Nisso o Bin laden saiu da floresta correndo com as mão atras da cabeça!!


Olha, pode até não existir um Capitão Nascimento. Mas se existir parceiro, eu sou fã do cara.

quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Por que é bom ser homem...

Eu havia prometido a mim mesmo que não colocaria mais artigos machistas, ou que pudessem causar qualquer tipo de mal-estar nas mulheres. Até mesmo porque, eu descobri que a maioria dos freqüentadores desse blog, é composta de seres do sexo feminino.
Mas, perdoem-me se eu não consegui manter a palavra em relação a essa promessa. Afinal essa lista que eu recebi, de meu ex-aluno o Gigio, de autoria desconhecida – infelizmente - é simplesmente sensacional. São cinqüenta itens que mostram o porquê é bom ter nascido homem. São eles:

1 - Uma viagem de cinco dias requer apenas uma mochila.
2 - Conversas telefônicas acabam em 30 segundos ou menos.
3 - Nada de filas para o banheiro.
4 - Você consegue abrir os potes.
5 - Ao passear pelos canais da TV, você não tem que parar quando vê alguém chorando.
6 - Todos seus orgasmos são verdadeiros.
7 - Você não tem que carregar uma bolsa cheia de tralha pra cima e pra baixo.
8 - Você pode ir ao banheiro sem um grupo de apoio.
9 - Se seu trabalho é criticado, você não fica achando que todo mundo lhe odeia.
10 - Ninguém fica especulando se você cospe ou engole.
11 - Você não tem que limpar o vaso.
12 - Você fica pronto para sair 15 minutos depois de acordar, incluindo o banho!
13 - Você economiza tempo e dinheiro lavando a roupa de 3 em 3 semanas.
14 - Fazer sexo não deixa você preocupado com sua reputação.
15 - Se alguém esquece de convidar você para alguma coisa, é apenas um esquecimento, e não evidência de que odeiam você.
16 - Você não tem que fazer a barba abaixo do pescoço.
17 - Nenhum dos seus colegas de trabalho tem o poder de fazer você chorar.
18 - Você não tem que se aninhar num peito cabeludo toda noite.
19 - Se você tem 32 anos e é solteiro, ninguém liga.
20 - Relógio biológico? Que porra é essa?
21 - Chocolate é um alimento como qualquer outro.
22 - Flores resolvem tudo.
23 - Você não tem que se preocupar em "ferir os sentimentos" dos outros a cada palavra que diz.
24 - Você pensa em sexo 90% do tempo!
25 - Você consegue estacionar em vagas que têm menos de 2,5 vezes o comprimento do seu carro.
26 - Preliminares são opcionais.
27 - "Ver as vitrines", só se você é comerciante e precisa comprar vitrines para a sua loja.
28 - Ana Maria Braga inexiste no seu universo.
29 - A revista "Caras" inexiste no seu universo.
30 - Você fica preso à TV apenas 40 minutos por noite (noticiário) contra as 3 horas ou mais dela.
31 - Você não tem compulsão de arrumar sua casa inteira em 15 segundos quando alguém toca a campainha.
32 - Você não tem que convencer amigos seus a não fazer sexo. Pelo contrário.
33 - Os mecânicos lhe dizem a verdade.
34 - Você está nem aí se alguém percebe ou não que você cortou o cabelo.
35 - Se você está assistindo um jogo com um amigo seu e ele está no mais absoluto silêncio por 45 minutos, é porque o jogo está bom, e não porque ele está de mal com você.
36 - Mundo é bem mais simples e menos dramático para você.
37 - Você não depende do seu cônjuge para programar o videocassete.
38 - Cera quente e suas partes íntimas estão sempre a uma distância respeitável.
39 - Você tem apenas um estado de espírito por dia.
40 - Mesmo emprego, mais salário!
41 - Cabelos brancos e rugas somam charme.
42 - O controle remoto é SEU e ponto final.
43 - Ninguém fica olhando para seu peito enquanto conversa.
44 - Você tem um relacionamento absolutamente normal com sua mãe.
45 - Você pode comprar camisinhas sem que o balconista faça aquela cara de "visão de raios - X".
46 - Se você diz que vai ligar para um amigo e não liga, ele não fica choramingando e os outros não formam um comitê para solucionar o problema.
47 - Você não tem medo da velhice.
48 - Você não tem que dispensar uma oportunidade de fazer sexo.
49 - Filmes pornô são projetados especificamente para SUA mente.
50 - Você não tem que se lembrar dos aniversários de casamento e nascimento de todo mundo.
51 - Quando se encontra com os amigos, você sabe que não vai enfrentar a frase: "Então, está notando algo diferente em mim?".
52 - Seus amigos não o obrigam a falar sem ter sobre o que falar.
53 - A continuidade do Universo não depende da roupa de cama ser trocada todo dia.
54 - Ter barriga não o impede de usar camiseta.

Eu disse que a lista era sensacional...

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Feriadão...

Fim de semana prolongado e antecipado, o que paulistano gosta de fazer? Ou viaja ou vai pro shopping.
Adivinha o que eu fiz? Bom, eu sou paulistano.
Estava me preparando para viajar a quase duas semanas. E só pra variar, fiz as malas uma hora antes de ir. Não adianta. Eu sou assim.
Mas na semana passada eu fui dar uma olhada no mercado pra saber o que levar. Não tinha muita coisa. Carregamento de Coca-Cola? Confere. Chocolates? Confere. Bala Mentos? Confere. Hum. Espere. Eu mudei o corte de cabelo. Alias, eu parei de cortar o cabelo. Precisava de um xampu. Foi quando me deparei com uma verdade sórdida.
É quase impossível comprar xampu sem uma mulher dando o apoio técnico necessário.
Você não acredita? Eu utilizei uma estratégia simples, que todos os homens usam quando precisam comprar algo. Comecei pelo inicio da fileira e iria parar assim que avistasse o mais barato.
Foi então que cometi a burrada de olhar os rótulos. Os xampus são divididos ao que me parece por tipos de cabelo. Cabelos mistos (o que me confundiu um pouco, pois como tenho cabelos brancos, misturados com os castanhos, na minha cabeça, poderia ser esse o meu tipo), cabelos oleosos, que logo foram descartados, pois meus cabelos só ficam oleosos quando passo três ou quatro dias sem lavar, cabelos secos, que também foram descartados, pois normalmente, quando vou usar o xampu, estou no banho e os meus cabelos estão ensopados.
Resolvi então, optar pelos mistos. Mas a coisa não para por aí. Existem dentre os xampus para cabelos mistos, os para cabelos tingidos, encaracolados, lisos, compridos, danificados, com pontas duplas, com caspa, ressecados, queimados pelo sol, e mais uma infinidade de outras peculiaridades capilares. Nenhum para pessoas com cabelos normais. Nenhum.
Escolhi um que não tinha nada no rótulo. Foi quando uma vendedora me viu com cara de “O que eu estou fazendo aqui?” e resolveu me ajudar. Ela começou me dizendo que o xampu que eu escolhi, não era apropriado para o meu cabelo, pois era de broto de bambu com maçãs silvestres, e que eu devesse, talvez, optar pelo de soja com babaçu.
Babaçu? Que merda é essa? É uma fruta, uma verdura, uma leguminosa? Onde Babaçu abunda? Qual a diferença entre Babaçu e Bambu? Ela usou aquele sorriso que atiramos contra as crianças, que nos perguntam uma bobagem, do tipo “de onde vêm os bebês?”, e me explicou algo em relação ao tipo de essência com tonalidade e espessura dos fios do cabelo. A verdade seja dita; eu não entendi porra nenhuma. Peguei o produto indicado.
No caixa deixei o xampu no cestinho de produtos abandonados.
Eu preciso reavaliar a minha posição em relação às mulheres fúteis, pois descobri que mesmo para ser fútil, é necessário um estudo complexo de alguns assuntos.
Toca para a praia sem o xampu. E sem o suprimento de Coca-cola também. Adivinha? Preparado muito antes da viagem. É claro. Esqueci. Ou faço em cima da hora, ou melhor, não fazer.
A viagem foi ótima, apesar da Régis, que é uma porcaria de estrada, mas mesmo assim fomos obrigados a voltar no sábado de madrugada. Falta de água. Também, todo paulistano que se preza resolve viajar no feriadão.
O negócio é que eu estava com muita vontade de assistir o filme “Tropa de elite” e resolvemos fazer isso no domingo. Qual o melhor lugar para se pegar um cinema? Shopping. Claro.
Você conhece alguém mais paulistano do que eu?

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Baladinhas...

Vamos lá. De volta à ativa. Na verdade há duas semanas. Mas o coitado do blog só fica agüentando bronca.
Eu prometi que assim que as feridas cicatrizassem, eu procuraria novos lugares e os postaria aqui. Promessa feita, promessa cumprida.
Sábado retrasado eu tive problemas. Como todos sabem o ano tem 52 finais de semana. Eu duvido que dos 52 eu tenha tido convites para balada em mais de 20 deles. Isso contando a época em que eu estava solteiro e a mulherada corria desesperada atrás de mim. Se você é bom de contas, percebeu que isso é menos que a metade dos finais de semana. Os últimos então, eu estava à cata do que fazer. Acontece que três pessoas importantes faziam aniversário no mesmo fim de semana. Uma delas foi a minha prima, linda do coração, Ely. Não pude ir. Tinha também o aniversário da Vivi, de quem gosto muito e a quem eu estou devendo um almoço a pelo menos dois meses. Me sinto um lixo quando faço essas coisas, mas eu estava realmente enrolado nesses dois meses. O pior de tudo é que o aniversário foi comemorado em São Paulo. E nem era em uma casa de, argh, desculpem a palavra, pagode. Tocava um pop no lugar.
Sem desculpas.
Mas o problema é que também nesse dia, fazia aniversário o meu primo e afilhado, o André. Não havia condições de eu não ir ao aniversário dele. O cara mora no meu coração e eu ficaria me perguntando, mas que diabo de padrinho desnaturado é esse que não vai ao aniversário do próprio afilhado. Decidido.
Uma surpresa agradável foi o lugar. Chama-se Ludus e fica na Rua Treze de Maio, 972, na Bela Vista e é, como sugere o nome, uma luderia, ou seja, uma casa de jogos lúdicos. Havia pelo menos duzentos jogos de tabuleiro na casa e eu devo dizer que não conhecia nem metade deles. Nem metade eu disse? Para. Eu não conhecia nem um quinto dos jogos que eles têm por lá.
Ambiente agradável, atendimento muito bom e ainda tem um cara – o dono ao que me parece – que ensina aos grupos de jogadores, o que se deve fazer nos tabuleiros desconhecidos. Um barato o lugar. Você pode escolher qualquer jogo, ficar o tempo que quiser e paga oito reais. E a decoração também é bem caprichada. Bom, bonito e barato. Como ninguém merece informação pela metade, o link é http://www.ludusluderia.com.br/
O domingão seguinte foi legal também, e pra dar uma quebrada na rotina, fomos convidados pelo Rogério, para assistir a OSESP – Orquestra sinfônica do Estado de São Paulo. Eles tocaram no Vila Lobos e de vez em quando algo legal desse tipo acontece por lá. Se você não estiver muito antenado, perde.
Por fim, sábado passado fui a um lugar que não é novo para mim, mas que foi gostoso matar as saudades. É o Little Darling. Casa pequena, lotada e não é barata, mas bem freqüentada, com uma excelente decoração e com um sonzinho muito bom. Apesar de que isso depende da banda que toca ao vivo por lá também. Acredito que eles não usem o que já não foi bem experimentado. O único problema da banda da ultima vez, é que o cara errou a letra de todas as musicas que cantou. Mas é o que eu sempre digo. Azar de quem está sóbrio. Eu não disse né? Rock´n roll, claro. Sempre.
O que é engraçado no começo e enche o saco com o passar do tempo, é quando o tradicional drink chamado V8 – composto por oito tipos de destilados, e que vem a mesa com uma bandeja pegando fogo – é entregue a algum cliente e o pessoal da banda para de tocar a musica que for para tocar a musica do V8. É isso mesmo. O tal drink tem até musica própria. O chato é que depois da décima vez, você fica com vontade de matar o maldito que pediu aquela merda. E é ruim ainda por cima. Aqui tem o link do lugar http://www.littledarling.com.br/.
Dica para os mais baixos: Cuidado. O mictório deles é de alumínio.
Foram programas muito legais. Mas eu me pergunto se é por causa do local.
Não. O lugar em geral ajuda, mas é sempre a companhia, que transforma o que é comum em algo extremamente bom.
Um brinde a minha namorada, aos meus tios e primos e um brinde aos meus amigos.
Mas por favor, ninguém peça um V8 para brindar.
Eu não agüento mais a porra dessa musica.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Deu no noticiário...

Segue a reportagem na integra de um dos piores jornalistas do Brasil. Na minha opinião leiga é claro.

RECORD NEWS: A GLOBO ENTENDEU O RECADO

Paulo Henrique Amorim

Na inauguração da Record News, nesta quinta feira, dia 27, à noite, a Globo sentiu o tamanho do problema que tem a enfrentar: a Record.
O proprietário da Record, o empresário Edir Macedo, deixou claro que a estratégia da Record News – um canal de noticias 24 horas no ar, de GRAÇA – faz parte de uma estratégia para corrigir "uma injustiça" (a forma como a Globo manipulou a prisão de Edir Macedo, 15 anos atrás) e acabar com um monopólio.
Nenhuma democracia do mundo pode conviver por muito tempo com a situação anômala de que desfruta a Globo: com 50% da audiência, a Globo detém 70% da verba publicitária.
Como a tevê tem 50% de todo real gasto em publicidade, a Globo fica – só a Globo, rede de televisão – com 35 centavos!
De cada real gasto em publicidade, num país que se diz democrático, e do tamanho do Brasil, a Globo fica com 35 centavos!
Já que as instituições "democráticas" não enfrentaram o problema, o mercado vai enfrentar.
A Record resolveu entrar de sola na fatia do mercado mais rentável da tevê aberta – a teledramaturgia -; e a Record News vai quebrar o monopólio da informação: todo mundo vai ter noticia 24 horas por dia, de GRAÇA.
Edir Macedo falou para a Globo.
O presidente Lula também.
Lula terminou com uma frase que dizia assim: quando inauguro um jornal, uma tevê, uma rádio, penso naquela frase "... liberdade! liberdade!, abre as asas sobre nós!".
Uma prova de que Macedo e Lula foram ao centro do problema – a Globo – é que o outro orador da noite, o presidente eleito José Serra, não foi capaz de dizer uma única palavra que merecesse ser lembrada...
Ele, que mantém uma relação "especial" com a Globo de São Paulo.
(Por falar nisso, como disse o filosofo Paulo Arantes, na Folha, "o que pensa esse rapaz?", o Serra?)
Em tempo: como observa amiga muito bonita, algo já mudou mesmo. Antes, a Globo, arrogante, ignorava tudo o que falavam dela. Seria dar palanque a quem não merecia. Hoje, sexta-feira, dia 28, na primeira página, O Globo publica a foto do presidente Lula com Edir Macedo, no momento em que punham a Record News no ar. Sim, cara amiga, já mudou muita coisa. O Presidente da República, por exemplo...


Não é possível. Posso não ser um jornalista, nem um intelectual, mas vou fazer algumas observações a respeito do texto acima, escrito por um repórter formado e bem conceituado.
Em primeiro lugar ele comemora o fato de um novo canal de jornalismo ser colocado no ar, no antigo canal da rede Mulher, também pertencente à rede Record, com a clara estratégia de se “corrigir uma injustiça feita contra o Edir Macedo há quinze anos.” Acredito que um canal com essa filosofia, não seja muito imparcial. Ainda mais se tratando, bem, de quem se está tratando.
Em segundo lugar, ele acha lindo o dono da Universal e o presidente semi-analfabeto, discursarem de forma aberta sobre o apoio a esse canal, enquanto a única pessoa com um pouco mais de cultura se calou. Aliás, quem é esse Paulo Henrique Amorim para eleger o Serra presidente? Será que ele não sabe que em uma democracia só há um presidente? É como o Highlander. Só pode haver um.
É meus amigos. Eu vou continuar lendo o Estadão. Não sei por que, mas não sinto a menor confiança nesse novo canal.
E enquanto não surgir algo realmente decente na televisão... Viva a Globo.

Retificação em 04/10
Ainda em tempo. Obrigado Gwen. Esqueci de colocar as informações acerca da reportagem.
Publicada no "Conversa afiada" do IG no dia 28/09 o link para a reportagem é:
http://conversa-afiada.ig.com.br/materias/457501-458000/457577/457577_1.html

O inicio da primavera

Eu fiquei pensando bastante no titulo antes de escrever esse artigo. Eu tinha em mente dois possíveis: “O fim do inverno” e “O inicio da primavera”. Como você pôde perceber eu escolhi o segundo. E por quê? Simples. Depois de atravessar um inverno, por mais longo e gelado que ele tenha sido e entrar em outra estação, você não se lembra mais da sensação. Você pode dizer para as pessoas durante o resto dos seus dias “Como eu passei frio naquele inverno.” Mas não irá se lembrar de verdade do frio. Ainda mais nos dias quentes.
De qualquer forma esse é só um artigo intermediário, para melhorar o astral desse blog. Os tempos estão mudando. O stress diminuiu com o final do curso de licenciatura, mesmo que ainda falte o estágio, e o fim do curso naquela instituição que não devo pronunciar o nome ;).
Vou começar a tirar algumas coisas que eu havia escrito, da gaveta, e voltar a alimentar esse blog. Se você resistiu até agora, puxa, obrigado. Eu estava tremendamente chato. Vou tentar recompensar a sua insistência.
Abraços.

sábado, 22 de setembro de 2007

A ida da criatividade...

Não. Não abandonei meu blog. É que a minha criatividade parece estar de férias. Eu não sei bem como acontece, mas como alguém me disse, a criatividade vai e volta. A minha foi. Não sei quando volta.
Também culpa da rotina. Não tenho feito muitas coisas fora dela, e as poucas vezes em que escapo, são coisas que me fazem trabalhar mais.
Culpa da minha situação também.
Tenho pagado os meus pecados, nessa rotina de trabalho. Às vezes fico exausto, de saco cheio. Espero que isso possa mudar no ano que vem, mas a julgar pelas minhas contas acumuladas, já devido ao apartamento, isso não deve acontecer. Não tão já. Talvez dentro de uns 7 ou 8 anos. Quem sabe?
Também venho “curtindo” uma fasezinha de depressão. Quem diria que isso aconteceria comigo, não? Eu pelo menos, nunca imaginei. Minha namorada diria que depressão é coisa para garotas.
Muito stress esse ano. Mas pelo menos, não é nada tão grave. Apenas falta de sono à noite, com excesso de sono durante o dia, um mau humor terrível de vez em quando e uma vontade de não acordar de manhã. Se houvesse níveis de depressão, diria que o meu é o mais leve. Digamos um, em uma escala que iria até 10.
Contas, problemas para resolver que parecem insolúveis, aulas pra preparar em curtos espaços de tempo e provas para corrigir em espaços menores ainda. Pelo menos achei um tempo bom pra praticar esportes e com isso mantenho a minha forma. Cabeça sã, corpo são, é o que dizem. Pelo menos aos domingos à noite eu tenho dormido bem.
Devo ter uns oito ou dez textos que tinham boas idéias, mas ficaram horríveis, gravados em alguma parte obscura dos meus documentos. Tenho fé, que em determinado momento, eu acordarei novamente, durante uma noite bem dormida e precisarei arrumar alguns daqueles textos.
Já dizia o filósofo, “Nada é para sempre.”.
Hoje eu vejo. Isso é verdade.
Ainda bem.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Mais um final de semana prolongado...


Começarei a semana com agradecimentos. Faz tempo que não faço isso. Vou começar agradecendo ao pessoal que votou na pesquisa no blog (todas as 8 pessoas) e que preferem o blog ao domingão do Faustão. Fico muito lisonjeado.
Esse fim de semana prolongado foi bom pra aumentar a minha rede de conhecidos. Conheci muita gente. A começar pela enfermeira de plantão que estava no Vila Lobos nessa sexta-feira feriado, que limpou meus ferimentos e avisou que o Polvidine iria arder. E ardeu mesmo. Aliás, o que ardeu mesmo foi o contato prolongado com o piso do Vila em alta velocidade. Eu sabia que uma hora isso iria acontecer. Aconteceu. Fiquei triste pelo fim dos meus óculos escuros. Gostava bastante deles. Mas é como eu costumo dizer. Tudo na vida tem vida útil limitada.

Muita gente viu o tombo, afinal o parque estava lotado, mas pelo menos não tinha ninguém filmando nessa hora. Por poucos segundos, eu escapei de poder ver e rever o meu tombo diversas vezes na internet. Aposto que meus alunos pagariam caro por esse vídeo. Desistam. Ele não estará à venda.

Muito legal também o pessoal do Ibirapuera no domingão à noite. Denominados Morcegos me convidaram para dar uma volta no parque a noite e eu fui sem saber o tamanho da volta, ou o que me esperava pela frente. Lindo.

À noite, com pouca iluminação, os buracos do asfalto encobertos pelas sombras das árvores nos poucos postes com lâmpadas amarelas e, o pessoal descendo as ladeiras muito rápido. Estarei no Ibirapuera todos os domingos depois das 20:00H. Aprendi inclusive o que é dangerismo. Descida em alta velocidade de patins no escuro com pouca ou quase nenhuma visibilidade.
Gente louca. Me senti em casa.

Eles me acolheram no Hockey também, mesmo sendo a primeira vez que eu jogava por lá. Tudo bem que fiquei boa parte do jogo relegado ao gol. Mas fiz o meu papel. Defendi duas lindamente. Mas eu quero linha. Eu nasci pra destruir, não pra salvar. Aliás, o piso da Marquise merece um tópico a parte. Se há algo parecido com hockey no gelo, é hockey naquele piso. Tirando os buracos que já estão se formando por lá há algum tempo, ele chega perto do ideal. Só faltava ficar macio quando alguém vai de encontro ao chão. E sempre tem alguém que vai. Sempre.

Fico pensando quanta coisa tem em São Paulo que eu nem imagino. Me pego matutando as vezes nas coisas que poderia fazer no final de semana e, não consigo achar muita coisa diferente do bom e velho Cinemark com pipoca doce (a do Tamboré é a melhor) e um parque. Mas eu tenho certeza, que tem muita coisa oculta por aí. Que só deve ser legal, por que pouca gente conhece. Teatros de graça, Shows de Rock obscuros, passeios noturnos por cantos desconhecidos da cidade...

Sempre que eu achar algo diferente, irei postar aqui.

Começarei a busca assim que as minhas feridas cicatrizarem.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Apenas um farol...

Sentado em meu sofá, o cinzeiro ao lado dos copos vazios, perdido em pensamentos, nesse lugar velho que cheira a vinho e cigarro eu tento lembrar, quanto tempo faz. Quando foi que alguém me disse que eu perdi minha única amiga.

Fecho os olhos e volto ao cemitério.

Os raios de sol do amanhecer deitam por cima do funeral, lembrando os braços quebrados da lei humana, que me parecem, sempre foram besteira. Ouço por entre as árvores, algumas pessoas dizendo que ela morreu pelo seu coração partido.

O vento bate em meu rosto e minha mente se deixa levar. Eu fico imaginando ela, que sempre teve o rosto lindo, correndo, delicada, por esse lugar, que em nada a lembra.

Me sinto preso, como em meio a um desfile do dia da independência. Ela reclama que está frio. Tento achar a saída, mas não consigo. Eu sei que deve estar em algum lugar, bem aqui na minha frente, mas não consigo achá-la em meio à feiúra e cobiça.

Vemos o sol por cima da ponte, onde termina a cidade. Ele está nos dizendo que tudo o que existe é bom e que o vazio morreu. Corremos em direção a ele. Ela corre demais, até não sobrar nada e quando chega ao fim, é só o parapeito de sua janela.

Sou arremessado de volta ao velho sofá. Me sinto tão sozinho com o corpo pesado e penso que às vezes, gostaria de ver esse lugar pegar fogo. Ele parece com um caminhão batido. Eu já mudei as coisas de lugar, tentei arrumar, mas tudo parece sempre bagunçado, nada muda o que parece que morreu com ela. Eu tentei ligar o seu motor, mas o motor não funciona.

Eu fico me dizendo: Hey, vamos, tente mais um pouco, nada é para sempre. Deve haver algo melhor do que o simples meio termo. Eu e a Cinderela, mesmo com tudo, conseguimos dirigir até em casa, com apenas um farol.

Cara eu sei que não mudei, mas eu não sou a mesma pessoa, caminhando em meio a essa cidade de sonhos moribundos e sombras.

Acho que a morte dela esta me matando...


Baseado na letra de One Headlight – The Wallflowers.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

O que é uma chave primária?...

Época de correção de provas. Que coisa horrorosa.
Primeiro que é impossível fazer isso durante o expediente. Mesmo porque quando um professor diz que trabalha quatro horas, ele realmente trabalha durante as quatro horas. Já disse que tem dias que trabalho quinze? Eu chego parecendo um farrapo em casa. Não tenho forças nem pra falar.
Em que outro emprego você tem quarenta pares de olhos em cima de você, analisando o que você faz ou não? É puxado. E ainda tem aluno que insiste na velha pergunta. “O senhor trabalha também ou só da aula?”. Já falei sobre isso uma vez. Não vou me repetir.
De qualquer forma eu penso que deveria dar pontos extras nas provas para o uso da imaginação. Tem aluno que conseguiria evitar uma dependência se eu fizesse isso.
Só para se ter uma idéia, eu escolhi uma das 10 perguntas feitas para algumas turmas de um dos colégios onde dou aula. Um que comecei recentemente.
A pergunta era: “O que é uma chave primária?” Uma definição boa para isso seria: Chaves primárias (em inglês Primary Keys ou PK) sob o ponto de vista de banco de dados referem-se a um dado campo, cujos valores nunca se repetem e que podem ser usados como um índice para os demais campos da tabela do banco de dados. Nesta chave não pode haver valores nulos ou repetidos.
Essa seria a explicação correta. Mas olha o que encontrei corrigindo as provas.

- Ela é uma ponte principal do DFD. Ela é tipo um menu. (E ele ainda coloca "tipo" um exemplo.)
- É o código fundamental para criação de um banco de dados.
- Uma ferramenta. (Simples, objetivo e sem noção da resposta certa.)
- É um modo de sempre ser padrão. Ex. Seguir uma sequencia de 1,2,3, etc. (Que bom. Outra com exemplo)
- É uma ferramenta usada para porcentagem. (hum?)
- Um processo simples do processo, no qual são resolvidos passos simples e não muito aprofundados. Muito básico. ( Voce esta tentando entender? Eu desisti na terceira vez que li.)
- É um chave com dois lados, usada para abrir sistemas seguros. (Meu queixo caiu no chão e todos os meus dentes quebraram.)

Professores deveriam ganhar por insalubridade. É dificil manter um minimo de sanidade nesse emprego.
Graças a Deus eu não era o professor desses caras. Ficaria doente com essas respostas. Mas pelo menos tive uma amostra do que eu tenho pela frente. Uma classe de caras que não querem nada, não gostam de assistir aulas e, não sabem nem o que é uma chave primária.
Para quem gosta de desafios esse é um prato cheio.
Alguém aí gosta de desafios?

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Envenenado...

Tarde quente de fim de verão. Deitado na calçada, ele percebe que não deveria ter acreditado no banquete preparado para ele. A vida toda ele teve que lutar para comer. Sempre foi obrigado a roubar restos para sobreviver. Por que haveria de ser diferente agora?
Seu estomago queima e o sistema nervoso também foi afetado pelo veneno. Começou com uma forte dor de barriga, que se transformou em vômitos, diarréia e agora a paralisia de seu sistema locomotor. Ele não consegue mais ficar em pé. Deitado, na calçada, as pessoas passam e se afastam dele, lançando na melhor das hipóteses um olhar. Ainda treme de frio nesse dia insuportavelmente quente.
Ele conseguiu se afastar do local onde se banqueteou com sua ultima refeição. Ele talvez não saiba, mas não conseguirá se agarrar a sua vida por mais de duas horas.
E isso talvez fosse uma benção.
Deitado, sem conseguir fugir, percebe que as criaturas se aproximam. Elas o estudam com cuidado e o cercam lentamente. Logo haverá as primeiras investidas. E não deve demorar.
Enquanto observa sem poder se mexer ele sente a primeira mordida. Presas em posição horizontal, duras como aço, se fecham ao redor de sua carne, rompendo tendões e músculos fazendo com que ele se encolha em um reflexo natural. Percebendo que não pode ser atacada, a criatura faz nova investida. E novamente um pedaço de tecido muscular é rompido.
Difícil saber qual é a pior dor. A de dentro ou a de fora. A eternidade vai acabar e essa tortura não.
Um homem passa e olha a cena. E então se afasta. A dor é terrível, quem vê tem que saber, tem que perceber. O homem se apieda da criatura e volta, com um caixa de papelão.
E coloca o rato dentro.
O pobre bichinho envenenado, agora não tem que se preocupar com as formigas que estavam dilacerando seu corpo. Ele só tem que se concentrar em seu estomago, que esta se rompendo devido ao veneno utilizado para atraí-lo e matá-lo.
Ele terá uma morte lenta, dolorosa, mas não terá que se preocupar em virar alimento vivo.
A caixa foi colocada dentro do carro, pois o homem não podia se atrasar para voltar ao escritório e lá chegando constatou que o animal tinha a respiração muito curta e rápida. Não deveria demorar agora. E não demorou. Pelo menos não para o humano.
O rato foi deixado, no quintal, nos fundos do escritório, atrás de uma pilha de carretéis para cabos de grosso diâmetro, onde só foi encontrado muito depois de sua carne ter secado e só sobrado ossos.
Apenas uma pessoa saberá como o rato foi parar ali.
E ele não contará para ninguém.
Quem entenderia as razões que lhe fizeram tomar essa atitude?

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Maldito pedófilo.... Maldito Google...

Quer se dar bem? Cometa crimes pela internet. Você estará protegido pela incompetência da policia federal.

Eu estou abismado com o que aconteceu com a filha de um micro empresário de Osasco. Ainda tenho dificuldade em compreender a morosidade do caso.

Em 2004 a policia federal baiana, recebeu a cópia de um CD com imagens de uma criança de nove anos, sofrendo abuso sexual, em um vídeo transmitido pela internet, através do MSN.
Começaram as investigações. A policia federal pediu auxilio a Microsoft que enviou o e-mail, ip e horário da transmissão do vídeo. Com os dados em mãos a policia recorreu à Telefonica e conseguiu o endereço do acusado. Chegando ao local, os policiais perceberam que a linha usada para a conexão era desviada da casa do vizinho do pedófilo. Conseguiram um mandato de busca e apreensão e pronto! Três anos depois o tal pedófilo é preso. Três anos depois. Três anos de abuso depois.

Infeliz da criança que tinha apenas a policia brasileira entre ela e o pai.
Os jornais mostram isso como um grande feito. Tardio, é o que eu acho. A obrigação da policia era a de prender o desgraçado do pai, que deveria garantir a infância sadia da filha e não destruí-la. Mas três longos anos?

Só para efeito de comparação, no mesmo ano, 2004, no mês de outubro, eu bati o carro. Na verdade um caminhão bateu no Corsa que eu dirigia. O cara do caminhão fugiu. Com apenas a placa do veiculo na mão, em duas semanas eu tinha o nome do dono da carreta, o telefone, os dois endereços, pois ele havia se mudado e o nome e endereço da mãe dele. Eu, que não sou hacker, não sou policial, não sou detetive e não tenho recursos maiores, do que me são permitidos pela minha banda larga. Mesmo com a morosidade da justiça brasileira, eu recebi o que o dono do caminhão me devia, agora em fevereiro desse ano.

Seis meses antes da policia por as mãos no pedófilo.

Eu acredito que se o governo contratasse a garotada que existe por aí, utilizando os conhecimentos em computador, para piratear programas, vídeos, musicas e jogos pela internet, o bandido não teria ficado livre nem três meses.

Pode ser que a policia federal venha atrás de mim, por chamá-la de incompetente. Pode até ser. Mas se isso acontecer, eu tenho bastante tempo até 2010. Isso se não me mudar antes, durante as investigações.

Ah. Eu havia me esquecido. Esse blog não é mantido pela Microsoft, que entrega os culpados, mas sim pelo Google, que tem como política encobertar pedófilos e todo tipo de criminoso que utilize qualquer um de seus programas.

2010 de repente, me pareceu uma data muito próxima...

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Um dia difícil...


Esse artigo é um pouco despropositado, mas eu achei que seria bom contar a experiência. Alguém que estiver se sentindo meio azarado, pode ficar menos triste, sabendo que alguma coisa assim pode acontecer com mais alguém. Além dele mesmo, é claro.


A segunda dia 13, começou até que tranqüila. Foi preciso faltar a um de meus compromissos como professor, mas por uma boa causa. Depois de um final de semana no hospital, cheguei em casa por volta das onze horas da manhã. Tomei um banho, me troquei, almocei e peguei o carro. Como é de praxe, peguei a Anhanguera livre, sentido Lapa, e o carro atingiu por volta de 120km/h. É. O gurgel. Acredita? Cheguei à escola e tive as aulas normais durante a tarde. Até ai nada demais. O único contratempo foi que eu esqueci a carteira em casa, mas não voltaria de jeito nenhum para pegar.


Os problemas de verdade começaram ao sair da escola. Estava me dirigindo ao Módulo, onde deveria aplicar trabalhos importantes para as turmas do noturno, antes das provas de encerramento de trimestre (sim, ainda não encerraram o trimestre), quando percebi que a Brigadeiro Gavião estava muito lotada e resolvi desviar pela rua Cuevas. Ao chegar quase no cruzamento com a Rua Mercedes o carro de repente e não mais que de repente, virou para a direita em direção à calçada, arrancando o volante de minhas mãos. Apesar de pisar no freio com muita força, ele não funcionou e o carro continuou andando até bater de encontro à calçada. Só parou na guia. Detalhe. Eu estava a 20 km/h.


Desci do carro e fui ver o que tinha causado aquilo. Quebrou o pivô que segura a roda, fazendo com que ela ficasse deitada, parecendo o DeLorean de “De volta para o futuro”, só que na forma de Gurgel. Isso tem bem menos charme. Fiquei pálido. Não sabia que isso poderia ocorrer. Fiquei imaginando o que aconteceria se eu estivesse na Anhanguera. Esse blog só seria alimentado de novo por alguém que psicografasse minhas mensagens.


Sentei na calçada e tentei lembrar se eu conhecia alguém com serviço de guincho e lembrei de um amigo meu. Peguei o meu celular e liguei para ele. No meio da conversa a ligação cai. Acabaram-se os meus créditos. Precisava recarregar o celular urgente para continuar a conversa e retirar o carro que estava atravessado na frente do escritório da CET. Corri até a banca e pedi o cartão de recarga. Quando fui pagar, lembrei algo em relação a minha carteira. Ela havia ficado em cima da mesa, no meu quarto. Contive um acesso de ira. E fui, mais ou menos, bem sucedido.


O meu auto-controle foi testado ao extremo, quando um transeunte, saído do escritório em frente, perguntou o que havia acontecido. Contei resumidamente e ela apenas virou as costas e continuou andando. Simplesmente, assim. Ainda bem que não ando armado. Alguém se lembra o que aconteceu, quando Michael Douglas, conseguiu uma arma? O sujeito me fez chegar perto do meu dia de fúria.


Voltei ao carro e o meu amigo do guincho ligou de volta. Alma bondosa. Disse que se eu pudesse esperar, em torno de uma hora, uma hora e meia, ele iria buscar o carro. Disse que esperaria claro. No mesmo lugar. Nem um centimetro deslocado.


Liguei o pisca alerta e abri o porta malas, a fim de pegar o triangulo para sinalizar que o meu carro estava quebrado. Achei o triangulo. Pelo menos o que sobrou dele. Em algum momento do passado o mini-macaco hidráulico que eu guardo no mesmo lugar caiu por cima dele e o transformou em um monte de pedaços reflexivos. Peguei os restos mortais dele e fui para a traseira, tentar deixá-lo montado, para que ninguém reclamasse. Afinal, eu estava na frente do escritório da CET. Foi nesse momento em que eu percebi, que a seta traseira do lado do motorista estava queimada. Olhei para cima e pensei no quão curioso é o senso de humor de Deus. Bem aqui. Corri para dentro e desliguei a seta.


Meu pai se ofereceu para ir até lá me ajudar, mas eu disse que não precisava, afinal não haveria muito que fazer, mas ele apareceu, para “fazer companhia”, como ele mesmo disse. E trazendo a minha carteira. Peguei-a e corri de novo até a banca de jornal, para colocar créditos no meu celular. Ela estava fechada.


Voltei e, já que não dava pra fazer nada em relação ao carro, ficamos conversando. Depois de quarenta minutos mais ou menos, o guincho com meu amigo chegou. Levantamos a frente com o meu macaco e pela traseira colocamos o Gurgel no guincho. Meu pai acompanhou o carro, enquanto eu corri para o colégio de onde do momento da quebra, até quando eu cheguei, me ligavam a cada 20 minutos, aproximadamente. Quando já no colégio, fui informado que a turma havia sido liberada dois minutos antes de eu colocar os pés no prédio. Realmente o senso de humor Dele é bem esquisito.


O pior disso tudo, é que mesmo com a perda de mais de R$300,00, eu afinal, não posso ficar reclamando. Para todos que eu conto o que aconteceu, falam “Imagina se você estivesse voltando para casa ao invés de ir para o Módulo.”


E quer saber?


Isso teria sido muito mais complicado. É estranho quando nos consolamos com algo ruim, comparando com o que poderia ter sido muito pior.


Eu posso me considerar uma pessoa azarada? Acho que não.


Sortudo? Não. Sem exageros.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O que é ser um Nerd?


Tenho amigos nerds. Tenho alunos nerds. Talvez eu mesmo, seja um nerd. Acho que estou mais pra geek, mas isso ainda é um termo para especificar um subgrupo nerd. E só nerds utilizam esse tipo de especificação. A discussão entrou nas rodas de conversa principalmente depois do excelente “Duro de Matar 4.0”. Muitas mentiras, muitos tiros, muita ação, muito bom.
Melhor vestir logo a pele de nerd, então e recorrer à ferramenta preferida dos ditos. A Wikipedia. Segundo a enciclopédia mais visitada da internet Nerd é um termo relativamente abstrato que levanta muitas questões sobre o seu significado. A maioria definiria o nerd como um jovem anti-social cujos interesses recaem sobre tecnologia, coleções, RPG, ficção cientifica, comics, literatura, cinema, etc. Geralmente é empregado de forma pejorativa.
Por partes.
De acordo com essa definição eu definitivamente sou nerd. Trabalho com tecnologia, tenho coleções de gibis, notas e moedas, amo RPG, adoro cinema e tento ler um livro por mês. As únicas coisas que não encaixam são a parte da ficção cientifica e sobre ser anti-social. Aliás eu posso dizer que é o oposto. Sempre gostei de ser o centro das atenções. Não tenho problemas com público e quanto maior for a platéia, mais a vontade eu me sinto. Achei a profissão perfeita. Um professor não pode ser anti-social. Isso não seria natural.
A definição continua e faz inclusive menção a um tipo de autismo chamado síndrome de Asperger ou transtorno de Asperger e tem como sintomas: dificuldade de interação social e empatia; interpretação muito literal da linguagem; dificuldade com mudanças, perseveração em comportamentos estereotipados. No entanto, pode isso ser conciliado com desenvolvimento cognitivo normal ou alto. É mais comum no sexo masculino.
Vejam só. Mas tirando a dificuldade com mudanças (Eu odeio mudanças. Ainda mais as que eu não controlo.), isso não pode ser aplicado a minha personalidade. Tentarei então desvendar, o que afinal de contas, é ser um nerd.

Vestimentas
Não pode faltar no guarda-roupas de um nerd a boa e velha camisa xadrez, camisas pretas com bandas antigas de rock estampadas, calças (as vezes mais curtas do que deveriam) e acessórios que difereciam essa tribo das demais: óculos e aparelho. O nerd terá quarenta anos e ainda usará seu aparelho. Se for fixo tudo bem, mas o bom mesmo é o móvel. Atinge a perfeição se for do tipo capacete.

Equipamentos
Todos eletrônicos. Agenda, celular, computador de mão, notebook e PC nãopodem faltar na vida desses seres. Se sair para algum lugar e esquecer um desses itens (tirando o PC, claro), ele volta para pegar. Seria a mesma coisa que andar de cueca pela rua. A falta desses equipamentos por muito tempo, pode causar terríveis crises de abstinência, que podem levar a depressão, com tremedeiras e prováveis tentativas de suicídio. Jamais convide um Nerd para ir a uma fazenda que não tenha pelo menos um ponto de acesso para seu Notebook.

Esportes
Ao ser questionado sobre esportes organizados e em equipe, os nerds logo se lembram de Lan´s party. Counter strike e batltefield podem ser considerados excelentes esportes em equipe, já que é necessário percorrer a pé todas as fases diversas vezes, com um mínimo de organização. E o melhor é que isso não faz suar.


Convívio Social
Dizer que um nerd não tem vida social é pura mentira. Eu diria que uma mentira deslavada. Quem diz isso não sabe que eles podem ter a sua própria casa, ganhar seu dinheiro, constituir família, enfim, levar uma vida normal. Existem muitos M.M.O.R.P.G.´s (Massive Multiplayer On Line RPG) que permitem isso. Ele conhece pessoas de todo o mundo. O problema é que toda a vida social dele fica dependendo de energia elétrica e equipamentos. Aliás, a maioria dos amigos do nerd, não sabem muito bem o que ele faz para ganhar dinheiro.

Sexo.
Só se for virtual. A falta de sexo marca essas pessoas. Afinal para conseguir isso, ele precisaria conviver com pessoas do sexo oposto, conversar durante horas para amolecer a resistência, e os assuntos não poderiam girar apenas em torno de tecnologia. Viva o sexo virtual. Pontos extras para os nerds casados (se houver). Ninguém entende mais a falta de sexo do que eles.

Filmes.
Senhor dos anéis, Matrix, Star Wars e Star Trek, são filmes obrigatórios. Se assistiu a todos eles, mas apenas uma vez, não ganha pontos. A partir da terceira reprise passam a contar. Detalhe. Nunca fale mal de Senhor dos Anéis para um nerd. Dizem que eles não são agressivos, mas é melhor não contar muito com a sorte. Ele não mexe com a sua religião. Não mexa, portanto, com a dele.


Não acho, afinal de contas que o termo nerd, possa ser usado de forma pejorativa. É mais um estilo de vida, como os hippies ou mauricinhos. Mas mesmo assim, se quiser continuar a atormentar essas pessoas, é sempre bom lembrar que eles um dia podem ser os seus chefes. As chances são grandes.
E outra.
Por muito tempo, o cara mais rico do mundo foi um nerd.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Rapidamente...

Estou de volta. Depois de uma semana tremendamente corrida (eu sabia que seria, mas não a imaginava desse jeito), e de um final de semana dentro de um quarto de hospital, como acompanhante e não paciente, estou de volta. Todos passamos por fases e eu estava em uma meio pesada. Normal. Mas os meus textos estavam acompanhando essa fase. A lixeira do meu computador ficou cheia por esses dias. Até o meio dessa semana devo colocar alguns novos textos, que já estão no forno, por aqui.
Aproveito e agradeço as visitas que o blog tem recebido.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Efeitos do frio...

Finalmente o frio. Eu fico preocupado com essa demora. Juro. Me dá a impressão, cada vez maior, de que as coisas estão ficando loucas. Quando vejo um ipê florescendo em época errada, eu imagino que deva ser bem pior para o resto das espécies que convivem com a gente no planeta.
Estamos detonando esse lugar.
Mas não é sobre isso que eu vou escrever. Já tem bastante gente escrevendo sobre esse assunto. Mas eu não farei como a maioria, que escreve, e não faz absolutamente nada para mudar. Eu não vou escrever nada e, também não vou fazer porra nenhuma. Pelo menos não serei hipócrita.
Na verdade eu vou escrever é sobre alguns efeitos do frio nas pessoas. Não nas pessoas em geral. Mas nos meus alvos favoritos. Adivinhem? As mulheres. Claro.
Não. Não sou gay. Muito pelo contrario. Eu amo as mulheres. E é por isso que falo tanto a respeito delas.
Alguém já parou para pensar que o inverno é para esses seres, o que o outono é para as árvores? É verdade. O inverno acaba com elas.
A principio elas ficam mais elegantes. Estão vindo de um verão, estão com o corpo bonito, um belo bronzeado e, nos primeiros dias frios, ainda ficam magníficas dentro de seus casacos elegantes e suas botas maravilhosas. O problema é que isso só ocorre no inicio. Vamos por partes. Folha por folha, até que a arvore esteja horrorosa.

Verdade número um – O desbotamento do bronzeado.
Ele é a primeira vitima fatal do inverno. O frio chega e, aquela cor que era a cor do pecado, desgasta. No seu lugar vem uma cor mais pálida, que não esconde nenhuma mancha ou defeito na pele. Elas ficam sem a sua arma preferida. O que fazem então? Em um ato de desespero, vão para o salão de beleza mais próximo e passam a pagar pelo sol artificial. O astro rei encaixotado. O bendito bronzeamento artificial. Começam os gastos para reparar os estragos que o inverno traz. Mas como o corpo fica coberto a maior parte de tempo, depois de algumas seções, elas param de tentar.

Verdade número dois – A extinção da depilação.
Sim. Elas freqüentam o salão de beleza. Continuam a fazer o cabelo e ficam deitadas horas na maquina para bronzear, mas não querem nem saber da depilação. As casadas então, nunca. Elas não vão para a praia, vão? Elas não vão usar roupas cavadas, vão? Elas não vão fazer sexo, vão?
Então por que diabos precisariam se depilar? Para os seus maridos? Se elas fizerem isso, é perigoso que os cretinos entendam tudo errado, e queiram transar com elas. Urgh! Isso seria anti-natural.
Os pelos ajudam a aquecer o corpo.

Verdade número três – O banho como ultimo recurso.
O numero de banhos é reduzido com a chegada do implacável inverno. Onde antes eram dois ou mesmo três, agora passam a um, e olhe lá. O banho no inverno faz com que a pele desfolhe e fique ressecada. Um horror. O cabelo então. Uma vez a cada dois dias.
O óleo natural protege contra o frio.

Verdade número quatro – A coleção de tecido adiposo.
Lembra-se daquele corpo escultural que ficava a mostra com roupas curtas? Agora ele está escondido atrás de camadas de roupa. Quando o inverno se for, alguns quilos ficarão. Foram adquiridos, durante o inverno, com foundues, chocolates quentes, cremes de queijo, cebola e etc. Talvez ela nunca mais use roupas curtas.
Mas a gordura ajuda a aquecer.

Verdade número cinco – O aumento desenfreado da carência.
De todos os males trazidos pelo inverno, esse sem duvida é o pior deles. A carência. Uma mulher carente é uma mulher pegajosa. E não estou falando isso devido ao reduzido número de banhos.
Elas ficam grudentas, mesmo. Uma mulher carente é uma mulher perigosa, uma mulher descontrolada. Até as casadas ficam mais doces. Isso é muito, muito assustador.

Verdade número seis – Multi-abertura dos lábios.
Os lábios das mulheres racham. Mais do que os lábios dos homens. Viram um Grand Canyon de pele morta. Realmente uma cena chocante de se ver. Tem que estar preparado. O consumo de batom aumenta e, como a boca esta inchada, pintada de um vermelho bem discreto, ela passa a ser o que mais aparece na mulher. É claro que com esse frio, os lábios só precisam competir com os cabelos. Todo o resto está coberto e escondido.

Quando chega a primavera, trazendo os primeiros dias quentes, junto vem a depressão. Elas se olham no espelho e ficam apavoradas. Elas se enxergam brancas demais, com a pele ressecada demais, os cabelos judiados demais, gordas demais e peludas demais. Os meses que antecedem o verão são de um esforço sobre-humano para recuperar o que foi perdido. Que ninguém interfira no processo de cura.
As academias lotam.
As depiladoras voltam a trabalhar, após meses paradas.
As praias ficam desertas. Claro. Quem quer ir a praia desse jeito? Após um longo inverno.
E quem disse que o aquecimento global é de todo ruim? Se nunca mais fizer frio, aqui no Brasil, sabemos que pelo menos parte da população ficará feliz. A parte feminina, claro.
As geleiras? As geleiras que derretam.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Verdades sobre o Wahhabismo...

Vivemos em um mundo confuso, de pessoas confusas, com informações confusas. Algumas pessoas acham, por exemplo, que os seguidores do Islã, são terroristas. Isso não é verdade. Pelo menos no geral. Temos também católicos assassinos, evangélicos traficantes, espíritas estupradores. Pessoas más, que se dizem seguidoras de algo, existem em todos os lugares. Eu sei. Convivo com muitas delas, todos os dias, quem me conhece sabe.
Mas não podemos generalizar. Os seguidores de Mohammed (que significa “Digno de louvor”) sabem que a mensagem que ele deixou é clara. Afinal, tudo foi escrito em um livro chamado Alcorão. O livro sagrado dos mulçumanos traz o mistério do Deus - Uno e a história de suas revelações de Adão a Maomé, passando por Abraão, Moisés e Jesus, e também as prescrições culturais, sociais, jurídicas, estéticas e morais que dirigem a vida individual e social dos muçulmanos.
Os mulçumanos também têm algumas obrigações. Preste atenção se você quiser ser um seguidor do Islã. Todo muçulmano deve prestar o testemunho (chahada), ou seja, professar publicamente que Alá é o único deus e Maomé é seu profeta; fazer a oração ritual (salat) cinco vezes ao dia (ao nascer do Sol, ao meio-dia, no meio da tarde, ao pôr-do-sol e à noite), voltado para Meca e prostrado com a fronte por terra; dar a esmola legal (zakat) para a purificação das riquezas e a solidariedade entre os fiéis; jejuar do nascer ao pôr-do-sol, durante o nono mês do calendário muçulmano (Ramadan); e fazer uma peregrinação (hadjdj) a Meca ao menos uma vez na vida, seja pessoalmente, se tiver recursos, ou por meio de procurador, se não tiver.
Muito bem. Eu dei uma olhada no Alcorão e não achei em lugar nenhum, onde está escrito que os pagãos devem morrer, ou que as mulheres não têm os mesmos direitos e deveres dos homens. Aliás, foi o contrario. Ele prega a igualdade entre os sexos e tolerância religiosa.
Acontece, que um filho da puta chamado Muhammad bin abdul Wahhab, no século dezoito, começou a pregar o alcorão de forma extremista e puritana na península Arábica, criando a partir daí uma seita Islâmica, chamada Wahhabismo. Essa seita prega atitudes ultra-conservadoras, como desrespeito às mulheres, sectarismo e intolerância religiosa, interpretação radical do Islamismo, instigação de guerra civil, violência extrema, entre outras.
Para que fique bem claro, são eles que decidem explodir, os pagãos e os “desviados mulçumanos”. Eles colocam explosivos amarrados no corpo escolhem um lugar bem movimentado e “bum”. Vão em direção a setenta virgens.
Vamos aos fatos.
De acordo com o ultimo censo realizado, ficou constatado, que no Brasil inteiro, os pesquisadores, não conseguiram encontrar nem sessenta e oito virgens. Isso significa que no mundo todo, não deve haver um numero expressivo de virgens. Eu me pergunto então, por que no céu isso seria diferente? Quem quer morrer virgem? Imagino que não seja fácil encontrar esse numero de mal-amadas, para cada homem-bomba do planeta.
Só no Iraque a quantidade de homens-bomba, a cada ano, supera em muito o total de virgens, em todo o Brasil.
Vamos estudar outro fato. Os homens-bomba amarram uma quantidade enorme de explosivos no corpo. Em que lugar? Na cintura. Pois bem. Quando o TNT explode, qual você acha que é a primeira parte do corpo que explode? Eu respondo. É o pinto.
Ele morre, e acorda no céu. Quando ele vai falar qualquer coisa, descobre que sua voz assumiu um timbre de soprano, agudo e alto. Algo está errado, ele percebe. As setenta virgens vêm correndo em sua direção, alegres, saltitantes, batendo palmas (entenda como quiser), sabendo que finalmente, deixarão de ser virgens, quando percebem que aquele órgão tão esperado, foi arrancado do corpo ele. Explodiu. Nada. Nenhum resquício de pinto. Deve estar jogado em algum lugar da terra. E na terra.
Foi nesse ponto que eu entendi tudo. Não são necessárias, realmente, setenta virgens, para cada, homem-bomba. É necessário apenas um grupo. E elas todas devem ter pelo menos oitenta anos. Basta ficar fazendo o rodízio das mesmas virgens. Coitadas. Continuarão assim para todo o sempre.
Outro fato a ser analisado então, é que só no Iraque, deve haver um homem-bomba para cada dois habitantes sunitas e um xiita. É o único lugar do mundo, onde você esta andando na rua e de repente, pisa em algo mole. Imediatamente você olha para baixo achando que pisou em um monte de cocô e vê que na verdade é um pinto. Foi arrancado de algum lugar pela raiz.
Outro homem-bomba foi para o céu.
Imagine o numero absurdo de mulheres no céu se fosse diferente.
Impossível. Todos sabemos que as mulheres não vão para lá.
Purgatório. No máximo.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Profissão - Professor...

Então. Começaram as aulas de novo. E de novo eu começo a trabalhar.
Sim. Educador é uma profissão. Ainda mais em um país como o nosso, onde um professor, para ganhar um salário razoável, eu não disse bom, eu disse razoável, precisa trabalhar em até três ou quatro locais diferentes. Hoje mesmo, eu estava fazendo as contas de quanto eu trabalho. Durante dois dias da semana eu entro em aula as 08:00h e só saio das aulas as 23:00h. Mais ou menos 15 horas de trabalho em um dia. Nos demais dias, os mais tranqüilos, eu entro as 13:00h e saio as 23:00h, trabalhando 10 horas. Isso me dá um total de 60 horas em uma semana e, aproximadamente 240 horas em um mês. Isso sem contar, é claro, as infindáveis horas corrigindo as provas, o que é extremamente chato, e preparando as aulas. Sim, porque ninguém enfrenta uma classe com, em média, quarenta adolescentes, sem uma aula bem preparada. A não ser, é claro, que a pessoa seja masoquista. Acontece.
É por esses motivos que eu estou cansado de ouvir dos meus alunos “Ei professor. Você trabalha também, ou só dá aulas?”.
Como assim, eu trabalho também? Quer dizer que quem dá aulas não trabalha? É isso? A vontade mesmo, depois de tantas vezes que eu já ouvi a essa pergunta, é responder, sem nem alterar o tom de voz – “Não seu bastardo, filho de uma puta. Eu só dou aula. Eu realmente não faço mais porra nenhuma da vida. Eu só fico aqui, sendo sustentado pelos impostos pagos pelo bosta do seu pai, para aturar uns cretinos como você, para que ELE possa então, trabalhar de verdade.”.
Vontade não me falta. Mas eu acho que isso não se encaixa muito bem no perfil de um educador, e é por isso que eu não respondo dessa forma. Eu uso a minha resposta padrão. “Eu não entendi a sua pergunta. Por favor, faça ela de novo, bem pausadamente dessa vez.”. Alguns pegam a mancada na hora. Outros ainda não, e ficam com a cara de questionadores. Vamos lá. Eu formo técnicos. Pessoas que serão profissionais, assim que saírem do ultimo módulo. E o mercado é implacável lá fora. Ele não tem dó de pessoas inocentes. Qual a minha função? Acabar com todo e qualquer resquício de inocência que ainda possa haver no coração dos meus alunos. Eu sou pago pra isso. Então que resposta seria mais apropriada do que “Vai se foder.”?
Eles já estão acostumados comigo. Acho que por isso não ficam tão assustados.
Essa é uma das melhores profissões do mundo. Em poucas empresas, um bom serviço é reconhecido. Em uma escola, quando se dá uma boa aula, imediatamente você tem o retorno. E isso vale até mesmo o baixo salário.
Temos também duas férias em um ano. Uma em julho, bem curtinha de uma semana, às vezes duas, e uma em dezembro, com pelo menos trinta dias. Isso é muito bom também.
Mas o que eu mais gosto é do tipo de relação que se estabelece, logo no primeiro contato. Eu chego e aviso como vai ser, o que eles vão enfrentar e o que vai fazer com que eles reprovem, ou sejam aprovados. Eu já tenho experiência para saber disso. E nada mais justo que avisar.
Mas, o primeiro contato com os alunos, é como deveria ser, com todos os outros primeiros contatos, em todas as outras áreas. Claro, objetivo e, mostrando quais são as regras do jogo.
Eu prefiro assim.
O problema é que nos apegamos a eles. Conhecemos seus nomes, suas fraquezas, seus pontos fortes. De alguns até seus problemas emocionais, e algumas vezes, inclusive, nos pedem conselhos. E depois de um ano e meio eles vão embora. E a vida tem que recomeçar.
Outra vantagem de ser professor.
Você acaba ficando bom com recomeços.
E a vida continua.
Que venham os novos alunos.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Por que as mulheres não podem ser gentis...?

Por que as mulheres não podem ser gentis? É isso o que fiquei me perguntando hoje à tarde. Uma coisa engraçada aconteceu comigo. Fui paquerado. É claro que já aconteceu outras vezes, mas nunca antes de forma tão direta. Direta como um soco no estomago. Eu respeito isso. Acho legal. Gosto de pessoas que sabem o que querem e ainda mais das que tem coragem para agir. Vou passar todo o trecho da conversa.
Cenário: Parque Vila Lobos – Pista de patinação.
Eu estava patinando quando passei por uma garota de bicicleta.
- Oi. Você dá aulas de patinação? – Perguntou a garota.
- Não. O professor é outro cara. Ele chama Ted. Mas não está aqui hoje.
- Hum. Você é amigo dele?
- Sou. Se você quiser o Alan – apontei para o negão de 2,00m sentado em um dos bancos – tem um cartão dele. Você pode agendar as aulas por telefone.
- Quantos anos você tem? – Como se não tivesse escutado nada do que eu falei.
- 32. E você? – Eu tive que perguntar. Ela me olhou com cara de que fosse católica e eu tivesse dito que Deus é uma invenção da cabeça dela.
- Nossa. Você parece ter menos. Eu tenho 19.
Nesse ponto eu olhei em volta. Ainda não tinha percebido as intenções da garota, mas nos dias de hoje se os guardas vêem um cara da minha idade conversando com uma garota dessa idade, eles já vem dando borrachada.
- Obrigado. – Eu tive que dar risada. Vocês deveriam ter visto a cara dela. Como, “Meu Deus, eu achei um cara de 32 anos patinando no Vila Lobos durante a semana.” Foi bem engraçado.
- Você é casado? – Ela perguntou.
- Não. Sou separado. – Engraçado ela ter perguntado isso hoje.
- E você tem namorada? – Juro que foi só aí que eu entendi as reais intenções dela. Dei uma risada e apoiei as mãos nos joelhos. Estava cansado.
- Sim. Eu tenho uma namorada. – Ela ficou vermelha. Constrangida pra dizer o mínimo. Percebi na hora.
- Você quer o cartão do Ted? – Perguntei.
- Não. Eu sei andar. Eu só fiz isso pra puxar assunto.
Foi aí que eu percebi o que poderia ter feito por ela. Eu simplesmente deveria dizer a verdade. E foi o que eu fiz.
- Me sinto lisonjeado por ter sido paquerado por uma garota tão bonita. Mas eu realmente tenho namorada. – Falei para com um sorriso.
- Sorte dela. – Continuou na bicicleta em direção ao outro lado.
- Obrigado.
Isso me fez pensar.
Por que as mulheres não podem ter esse tipo de atitude? Por que elas não podem simplesmente serem gentis, ao receber uma cantada?
Porra. É difícil demais para alguém chegar junto assim e ainda desempenhar uma conversa legal. Como esquecer o lance que eu contei em “A difícil vida de solteiro”? A mulherada tem as coisas mais facilmente, sim.
Para elas é bem mais tranqüilo. Para o cara que já passou por isso, sabe que não custa nada ser mais gentil. Evitar fazer caras e bocas e, sair da situação de forma delicada.
Você quer ver como a coisa é mais difícil para os homens? Que levante a mão o cara que foi em uma entrevista de emprego e voltou dizendo: “O entrevistador se encantou comigo. Ele disse que me quer trabalhando na empresa, mas em um cargo mais alto, do que eu me candidatei.” Isso nunca acontece com os homens. Nunca. Se algum homem passou por essa situação, me desminta, por favor. Mas eu não conheço ninguém. Mesmo. E entre as mulheres, só essa semana eu já soube de duas. Ambas bonitas.
A verdade seja dita. Eu não acredito na bondade humana, ainda mais quando se tratam de sexos opostos. Não é que eu seja um cara mal, ou que me falte fé nos seres humanos. Mas é que eu não me iludo com algumas coisas. E as pessoas, tendem a ficarem bravas comigo quando digo essas coisas. Eu não falo para desmerecer. Mesmo porque, as duas mulheres as quais me referi, anteriormente, são, segundo me consta, extremamente capazes. Mas mesmo entre homens capazes, esse tipo de situação não ocorre.
É. As coisas são mais fáceis para as mulheres, sim.
Se não fossem, elas teriam um pouco mais de delicadeza, na hora de dizer não.
E também, um pouco menos de ilusões, na hora de dizer sim.