quarta-feira, 1 de abril de 2009

A hora do planeta...


Sábado passado, dia 28, planejaram um evento chamado “A hora do planeta”.
Ah, é pra salvar o planeta?
Ok. Desliguei a minha lâmpada de 15W na sala. Enquanto ela ficava desligada, eu fiquei com o meu computador com fonte de 450W, ligado a minha televisão de 250W, assistindo um filme enquanto comia pipocas feitas no meu microondas. Não acho que tenha feito alguma coisa pelo planeta. Aliás, eu acho que fiz sim.
Eu acredito que esse lance de salvar o planeta é uma grande balela. Uma enorme balela. O planeta não tem que ser salvo. Nós usamos essa desculpa para nos salvarmos. A natureza não vai acabar. Mas, se tudo der certo, a humanidade vai.
Que bem nós fizemos por essa bola de lama que chamamos de terra? Desde que aparecemos só temos feito uma cagada após outra, moldando tudo conforme nossa vontade e deixando os corpos dos extintos para trás.
Acho que os cães são os principais exemplos do quanto podemos ser egoístas e impiedosos. Primeiro, transformamos os lobos em criaturas ridículas, que só servem para o nosso entretenimento, seja nas rinhas, brigando até a morte de um, seja como patetas usando roupinhas para fingirmos que os animais mimados e mentalmente perturbados são nossos filhos (afinal não deve ser fácil ficar em casa o dia todo esperando um dono cansado que pouco ligue para ele).
Depois os deixamos totalmente dependentes e se não alimentarmos, eles morrem de fome. Se não dermos água, eles morrem de sede. E ainda existem aqueles que, quando o animalzinho cresce e deixa de ficar bonitinho, abandonam o excluído na estrada para morrer. Em geral, atropelado.
Na ultima trilha que fiz domingo passado, no meio do mato, passei por vários trechos onde as arvores estavam derrubadas e empilhadas, apenas esperando o caminhão recolher os troncos que vão servir para fazer as nossas pizzas, ou se transformar nos lindos móveis que estão em nossas casas.
Estamos realmente acabando com a natureza, mas ninguém fará nada por ela, se disso, depender o conforto próprio.
Muito menos eu.
Portanto, cheguei à conclusão de que o problema não é lutar. É saber pelo que se está lutando. E agora eu sei exatamente de que lado estou. Vou fazer a minha parte para ajudar a natureza e serei um soldado implacável.
Vou continuar deixando as lâmpadas ligadas, vou desperdiçar a água, vou andar sempre que puder com o meu carro tremendamente poluidor e gerar o máximo possível de lixo, de preferência utilizando plástico.
Dessa forma, acelerando o processo de extinção do homem eu finalmente, talvez, esteja fazendo algo pela natureza.