quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

E tu se tornarás um nerd...


Minha namorada é uma nerd. Das mais bonitas, é verdade, mas ainda assim uma nerd. Meu cunhado é um nerd. A grande maioria dos meus amigos e alunos são nerds. Muitos inclusive poderão estar lendo isso e pensando “Não. Eu não sou nerd.”. Apenas uma negação sem propósitos de um fato inegável.
Deus queira que não, mas até eu, talvez, seja um nerd.
Sabendo ser isso um sacrilégio comecei a ler o livro sagrado, incluindo o “Gênesis” enviado por meu cunhado, Cláudio.

Livro I - Gênesis

1. No princípio, Deus criou o Bit e o Byte. E deles criou a Palavra. E nada mais existia. E Deus separou o Um do Zero; e viu que era bom. E Deus disse: "Que os dados existam, e vão para os seus lugares devidos", e criou os disquetes, os discos rígidos e os discos compactos.
2. E Deus disse: “Que apareçam os computadores, e sejam lugar para os disquetes, e para os discos rígidos e para os discos compactos”. Então Deus chamou os computadores de "hardware". E não havia ainda ware. Mas Deus criou os programas; e disse-lhes: "Vão, multipliquem-se e encham a memória".
3. E Deus disse: “Vou criar o Programador, e ele irá governar os programas e a informação". E Deus criou o Programador, e colocou-o no CPD; e Deus mostrou a estrutura do DOS e disse: "Podes usar todos os diretórios e subdiretórios mas NUNCA UTILIZAR O WINDOWS".
4. E Deus disse: "Não é bom para o Programador estar só". Ele fez a criatura que iria olhar para o programador e admirá-lo, e amar as coisas que ele faz. E Deus chamou-a "Analista". E foram deixados sob o DOS e era bom.
5. Mas BILL era mais esperto que as outras criaturas de Deus. E BILL disse para o Usuário: "Foi mesmo assim que Deus disse, que não podias executar nenhum programa? Como podes falar de algo que nunca experimentaste? No preciso momento em que executares o WINDOWS tornar-te-ás igual a Deus. E poderás criar tudo o que quiseres com um simples toque no mouse". Então a Analista instalou o WINDOWS, e disse ao Programador que era bom.
6. O Programador começou a procurar novos drivers. E Deus perguntou-lhe: "Que procuras?" E o Programador respondeu: "Estou a procura de novos drivers que não encontro no DOS". E Deus disse: "Quem disse que precisavas de novos drivers? Executaste WINDOWS?".
7. E Deus disse ao BILL: "Serás odiado por todas as criaturas. E a Analista estará sempre zangada contigo. E venderás o WINDOWS para todo o sempre, e sempre com problemas".
8. E disse à Analista: "O WINDOWS irá desapontar-te e comer toda a tua memória; e terás que usar programas reles, e irás adormecer em cima dos manuais".
9. E disse ao Programador: "Todos os teus programas terão erros e irás corrigi-los até o fim dos teus dias".
10. E Deus expulsou-os do CPD, fechou a porta e colocou uma password.

Palavras do Senhor. Graças a Deus.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Cartões de Natal.....

Nesse natal, 34 amigos e parentes receberam um cartão de natal de seu amigo, o americano, Chet Fitch. Até aí nenhum problema, nada mais comum do que receber um cartão de natal dos amigos. Inclusive, os cartões traziam uma foto em que ele e a mulher dançavam juntos.
A única coisa que os amigos estranharam é que a mulher de Chet morreu em 1995 e ele mesmo, morreu em outubro do ano passado com 88 anos.
Ao olharem o endereço do remetente, os amigos encontraram “Paraíso”.
Os cartões estavam escritos à mão com a letra de Chet e continham a seguinte mensagem:

"Eu pedi ao Todo Poderoso se eu podia dar uma fugida para enviar os cartões”
"No começo ele disse que não, mas depois eu insisti e ele disse: 'Bom, tudo bem, vá em frente, mas não se demore por lá'".
"Eu provavelmente vou vê-los em breve (alguns mais cedo do que imaginam). Eu desejo um feliz Natal".

A barbeira de Chet, Patty Dean, disse que os dois bolaram a coisa toda em 1987 e que Fitch gostaria de fazer essa ultima brincadeira com os amigos. Uma semana antes de morrer ele disse a Patty que esse ano, ela provavelmente, poderia mandar os cartões.

E depois, eu é que tenho um estranho senso de humor.


O link para a reportagem é: http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/story/2007/12/071225_cartaonatalpostumo_np.shtml

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Balanço de fim de ano...


Pobre blog, abandonado às moscas por quase um mês inteiro. Também, minha vida esse mês foi tão turbulenta, que me senti um avião em meio à tempestade. E achei por alguns momentos que ia cair.

Muitas provas para elaborar, aplicar, corrigir, assistir as apresentações de conclusão de módulo, fechamento de diários e entrega de notas, faltas e médias finais. Saí de um colégio e ganhei uma “promoção”, almejada há dois anos em outro. Turbulências, stress, correria, alegrias, tudo muito intenso, muito corrido. Agora que acabou e o ano está no fim, vou fazer o balanço.

Esse ano começou muito complicado, confuso. Demorei em aceitar algumas mudanças bruscas na minha vida. E olha que eu sou do tipo que não gosta de perder tempo aceitando as coisas. Eu prefiro ter reações rápidas ao que me acontece. Mas descobri que nem sempre é possível. Pelo menos aprendi uma valiosa lição.

Para não enlouquecer, no final do ano passado elaborei uma lista de projetos em que eu deveria me dedicar. Retifica do motor e capota nova para o meu carro foram duas coisas da lista. Fui muito bem nelas. Consegui antes de março terminar de pagar pelas duas. E ainda, no decorrer do ano, consegui trocar os pneus e colocar bancos novos, além de novos faróis, cintos e outras pequenas coisas. São as pequenas coisas que me trazem felicidade. Dirigir com prazer é uma delas.

Outros tópicos da tal lista foram “prioridade total para os amigos” e “um ou dois grandes amores”. Fui bem sucedido nas duas. Meus amigos de verdade não me abandonaram e ainda consegui outros maravilhosos, nessa cidade e em outras também. Pessoas que eu amo de coração e que me foram muito importantes, se não essenciais, nos momentos ruins e que agora que estou bem, têm a minha prioridade. Isso deverá se manter assim. Meu coração foi muito exigido esse ano. Para o bem e para o mau. Estou plenamente satisfeito com os resultados.

“Uma melhora no plano profissional” era o penúltimo item. Dei aula em vários locais, uns bons, outros terrivelmente opressivos parecidos demais com presídios, onde vivenciei coisas que não gostaria como o “suicídio” de um dos alunos. Coisa pra esquecer, instituição para deixar para trás.

Agora, somente no finalzinho do ano, consegui a coordenação de informática de um colégio em que trabalho. Porém saí de um outro onde os professores, apesar do pouco tempo em que convivemos se mostraram amigos valorosos e pessoas com quem adorei trocar informações. Tenho um ano pela frente, onde o lado profissional ocupará um bom espaço em minha vida.

E por ultimo eu queria “Uma melhora no plano espiritual”. Foi o único item em que fui totalmente mal sucedido. Busquei mudanças, e busquei também cursos para melhorar algumas facetas minhas que andam meio esquecidas, adormecidas, mas não tive êxito.

Falta-me maturidade nessa área.

Olhando para trás, daqui, do fiinzinho desse ano eu vejo que entre todas as coisas que aconteceram, foi no final das contas um bom ano. Consegui novas amizades, novo amor, praticamente terminei a minha licenciatura, estou com um carro reformado e consegui o apoio da área na escola para tentar mudanças e melhorias.

Olhando para frente eu não consigo ver muita coisa. Para frente é sempre nublado. Sempre difícil de ver. Mas eu farei novos planos. Vou impor-me novas metas.

Eu posso não saber o que me acontecerá amanhã, mas definitivamente, terei planos para me guiar.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Igreja, analfabetismo e doenças venéreas...


Não é que eu goste de ser polêmico. Na verdade, sempre que vejo algo que me parece unânime, eu tento enxergar outro ponto de vista. Já dizia Nelson Rodrigues: A unanimidade é burra. Acredito nisso.

Um bom exemplo foi algo que eu vi no colégio e me fez pensar. Os alunos têm que entregar um projeto todo fim de ano letivo, e apresentam o mesmo para uma banca de professores e para outros ouvintes. Muito interessante.
E como parte disso tudo, eles acabam fazendo propaganda na escola para que as pessoas se interessem e assistam os projetos. Enquanto passava pelo corredor, li alguns cartazes que estavam dividindo o espaço, de forma democrática, com outros tantos. Eles estavam na seqüência e diziam: “A igreja pediu perdão pela inquisição.”, “A igreja pediu perdão aos judeus, por ter se calado durante a segunda grande guerra.”, “Quando a igreja vai pedir perdão pelos mortos pela AIDS?”.

Eis aí a questão. Eu acho que nunca. E acho que nem deveria.

Algumas pessoas alegam que a África, onde a maior parte da população é católica, tem os maiores índices de AIDS do mundo. Isso por quê? Porque em parte a igreja proíbe o uso de preservativos. Tudo seria muito mais fácil se a igreja liberasse então os preservativos, não?
Bom, eu acredito no ser humano. Acredito que somos fracos, que não gostamos de sacrifícios e que não gostamos em nada de assumirmos nossos erros e nossas fraquezas.

Pra começo de conversa, a igreja católica, com seu pensamento extremamente conservador, proíbe o sexo antes do casamento. Segundo que ela libera o sexo somente entre pessoas casadas. Terceiro que ela proíbe o adultério. Então alguém poderia me dizer, como diabos, uma pessoa pode pegar AIDS desse jeito? Se ela for católica, não tem por onde.

Não estou defendendo a igreja, não. Estou defendendo uma das coisas que admiro nela. Essa forma de ir contra todos e manter a sua opinião.

O problema, não é que a igreja não permita o uso de preservativo. O problema, a meu ver, é que as pessoas não gostam de seguir a risca algo que não lhes agrade totalmente. Quer ser católico? Ora, fique sem transar. Espere casar (e depois continue sem transar, por que não sei se você sabe, o casado também não faz sexo).

Isso aconteceu com a educação aqui no Brasil. Triste. Fazendo um paradoxo com a igreja, a educação no Brasil, ouviu o apelo do povo e cada vez mais, facilitou a coisa toda. Se você, conseguir enganar a secretaria de uma escola e matricular um cachorro, você terá em nove anos um cachorro com o ensino fundamental completo. Ou seja, um cachorro com mais estudos do que o nosso presidente.

Isso acontece porque para conseguirmos financiamentos e empréstimos, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), exigem que atinjamos alguns números. Não importa de que maneira. Analfabetismo, mortalidade infantil, etc.

Como combater o analfabetismo? Pare de reprovar. Fácil assim. Como ninguém teve essa idéia antes? Genial.

Pois é. Posso estar errado, claro. Mas eu não acredito nisso de facilitar. Não facilito com meus alunos, como eles me pedem, porque acredito no potencial deles. Eles ficam bravos comigo, mas no final do semestre, quando terminam os projetos de conclusão de módulo, eles percebem que o alcance deles é maior do que imaginavam. E apesar de todo o desespero, sempre conseguem terminar, entregar e apresentar.

Meus alunos têm que se preocupar, é quando eu começar a facilitar, pois eu sou como a igreja católica.

Quer o céu? Faça por merecê-lo.