domingo, 3 de agosto de 2008

Funcionários Públicos...

Quarta-feira. Faltando apenas um dia para o final do mês, resolvi acertar algumas pendências com a prefeitura de Osasco e fui pagar o imposto atrasado de meu imóvel. Já é extremamente chato fazer um cheque no valor que eu fiz e ver toda essa grana abandonando a conta bancária sem ao menos um misero adeus, agora, ter que agüentar funcionário público, é muita sacanagem.

Meia hora para estacionar o carro, ouvindo um pessoal fazendo piquete em frente à prefeitura, e me questionando durante todo o tempo: “Porque será que os ‘piqueteiros’, sempre usam musicas sertaneja e pagode?”. Acho que é para irritar mais quem está passando na rua. Não há outra explicação plausível.

Me apresentei ao balcão de informações, a menina me perguntou nome, RG, CPF, qual o motivo para eu estar lá, endereço completo e finalmente me mandou para os bancos de espera.
Na sala de atendimento, me deparei com a foto do prefeito de Osasco, olhar altivo, com pose Mao Tse Tung, olhando de cima os funcionários como se estivesse vigiando todos eles. Apenas três pessoas na minha frente e oito atendentes, sendo que sete estavam livres. Isso vai ser bem rápido, pensei.

Pensei errado. E só percebi o quão longe eu estava da verdade, quando reparei que uma das atendentes, uma loira feia pra caramba, estava preenchendo uma cruzadinha. Juro. Uma cruzadinha. E a lápis. Acho que ao final ela apagava e tentava de novo. Quem faz uma porra de uma cruzadinha a lápis?

Tirei uma foto, com o meu celular, e ela se sentiu constrangida. Levantou e foi terminar a cruzadinha em outro lugar, mas não sem antes mandar aquele olhar de ódio, que só as loiras feias conseguem enviar.

Depois de uns quarenta minutos, fui atendido por um senhor (o único trabalhando efetivamente), que me perguntou nome, RG, CPF, qual o motivo para eu estar lá, endereço completo e não demorou mais do que três minutos, para imprimir uma folha e me mandar pagar no banco. Sem desconto? Sem desconto, ou você acha que isso aqui é um bazar popular? Senso de humor refinado. Gosto disso.

Fui até um banco da Nossa Caixa e fui novamente atendido por servidores. Já estava relativamente cansado disso.

Que fique bem claro que eu não tenho nada contra funcionários públicos, até mesmo porque eu faço parte dessa massa, mas as vezes, dá vontade de quebrar todos os ossos de algumas pessoas que não levam a sério a profissão. Duas garotas atrás do caixa, somente eu na fila e elas discutiam alegremente sobre uma festa que iria “rolar” no sábado. Não tenho pressa viu meninas. Mais um olhar de ódio. Não tão ruim quanto o das loiras feias, mas ainda assim, um bom olhar de ódio. Fui mal atendido (o que eu queria?) e finalmente deixei uma boa parcela, do que eu ganharei até o final de 2009. Pelo menos tudo pago.

Mais tarde, muitos professores faltaram na escola e mais uma vez eu maldisse essa raça de servidores. Muitas faltas, muitos problemas pra mim.

O dia acaba e eu finalmente me livro de qualquer funcionário público. Finalmente. Deitei a cabeça no travesseiro e cochilei. Só até as quatro da manhã, quando ouço o barulho de alguma coisa caindo no quintal. Levantei as orelhas e fiquei prestando atenção, quando ouvi passos em frente a minha janela. A ultima linha de defesa da minha casa, saiu da casinha em disparada e latindo contra o alvo primário. Fiquei esperando ouvir o cara sendo rasgado em milhares de pedaços pela fúria canina assassina do meu vira-latas. Ele correu em disparada, parou, parou de latir, voltou e foi buscar a bolinha para o cara.

Cachorro filho da puta. Só serve para cagar no quintal e enferrujar as rodas do meu Gurgel, mijando todos os dias nelas.

O pior de tudo foi ter cuspido para cima e ter que ligar para a policia, depois de tanto ofender os funcionários públicos. Mas eles não me deixaram na mão e nem me obrigaram a mudar de opinião. Trinta e cinco minutos depois, ligaram para confirmar o endereço e mais dez minutos chegaram à minha casa. Entraram, não acreditaram que alguém mais havia entrado e foram embora. Mas antes mandaram o olhar de “viemos a toa”. Foi por pouco. Se eles tivessem chegado apenas trinta minutos antes, teriam dado de cara com o pulador desavisado. É que quando achei que a coisa fosse demorar, eu preferi fazer barulho no meu quarto, para que o cara resolvesse pular de novo, mas para o lado da rua.

Depois que eu voltei a deitar, fiquei me perguntando, “Será que o meu cachorro, pensa que foi contratado pelo Estado?”. Bom, pelo menos nele eu posso descontar. Pela manhã eu vou enfiar aquela bolinha goela abaixo...