sábado, 22 de setembro de 2007

A ida da criatividade...

Não. Não abandonei meu blog. É que a minha criatividade parece estar de férias. Eu não sei bem como acontece, mas como alguém me disse, a criatividade vai e volta. A minha foi. Não sei quando volta.
Também culpa da rotina. Não tenho feito muitas coisas fora dela, e as poucas vezes em que escapo, são coisas que me fazem trabalhar mais.
Culpa da minha situação também.
Tenho pagado os meus pecados, nessa rotina de trabalho. Às vezes fico exausto, de saco cheio. Espero que isso possa mudar no ano que vem, mas a julgar pelas minhas contas acumuladas, já devido ao apartamento, isso não deve acontecer. Não tão já. Talvez dentro de uns 7 ou 8 anos. Quem sabe?
Também venho “curtindo” uma fasezinha de depressão. Quem diria que isso aconteceria comigo, não? Eu pelo menos, nunca imaginei. Minha namorada diria que depressão é coisa para garotas.
Muito stress esse ano. Mas pelo menos, não é nada tão grave. Apenas falta de sono à noite, com excesso de sono durante o dia, um mau humor terrível de vez em quando e uma vontade de não acordar de manhã. Se houvesse níveis de depressão, diria que o meu é o mais leve. Digamos um, em uma escala que iria até 10.
Contas, problemas para resolver que parecem insolúveis, aulas pra preparar em curtos espaços de tempo e provas para corrigir em espaços menores ainda. Pelo menos achei um tempo bom pra praticar esportes e com isso mantenho a minha forma. Cabeça sã, corpo são, é o que dizem. Pelo menos aos domingos à noite eu tenho dormido bem.
Devo ter uns oito ou dez textos que tinham boas idéias, mas ficaram horríveis, gravados em alguma parte obscura dos meus documentos. Tenho fé, que em determinado momento, eu acordarei novamente, durante uma noite bem dormida e precisarei arrumar alguns daqueles textos.
Já dizia o filósofo, “Nada é para sempre.”.
Hoje eu vejo. Isso é verdade.
Ainda bem.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Mais um final de semana prolongado...


Começarei a semana com agradecimentos. Faz tempo que não faço isso. Vou começar agradecendo ao pessoal que votou na pesquisa no blog (todas as 8 pessoas) e que preferem o blog ao domingão do Faustão. Fico muito lisonjeado.
Esse fim de semana prolongado foi bom pra aumentar a minha rede de conhecidos. Conheci muita gente. A começar pela enfermeira de plantão que estava no Vila Lobos nessa sexta-feira feriado, que limpou meus ferimentos e avisou que o Polvidine iria arder. E ardeu mesmo. Aliás, o que ardeu mesmo foi o contato prolongado com o piso do Vila em alta velocidade. Eu sabia que uma hora isso iria acontecer. Aconteceu. Fiquei triste pelo fim dos meus óculos escuros. Gostava bastante deles. Mas é como eu costumo dizer. Tudo na vida tem vida útil limitada.

Muita gente viu o tombo, afinal o parque estava lotado, mas pelo menos não tinha ninguém filmando nessa hora. Por poucos segundos, eu escapei de poder ver e rever o meu tombo diversas vezes na internet. Aposto que meus alunos pagariam caro por esse vídeo. Desistam. Ele não estará à venda.

Muito legal também o pessoal do Ibirapuera no domingão à noite. Denominados Morcegos me convidaram para dar uma volta no parque a noite e eu fui sem saber o tamanho da volta, ou o que me esperava pela frente. Lindo.

À noite, com pouca iluminação, os buracos do asfalto encobertos pelas sombras das árvores nos poucos postes com lâmpadas amarelas e, o pessoal descendo as ladeiras muito rápido. Estarei no Ibirapuera todos os domingos depois das 20:00H. Aprendi inclusive o que é dangerismo. Descida em alta velocidade de patins no escuro com pouca ou quase nenhuma visibilidade.
Gente louca. Me senti em casa.

Eles me acolheram no Hockey também, mesmo sendo a primeira vez que eu jogava por lá. Tudo bem que fiquei boa parte do jogo relegado ao gol. Mas fiz o meu papel. Defendi duas lindamente. Mas eu quero linha. Eu nasci pra destruir, não pra salvar. Aliás, o piso da Marquise merece um tópico a parte. Se há algo parecido com hockey no gelo, é hockey naquele piso. Tirando os buracos que já estão se formando por lá há algum tempo, ele chega perto do ideal. Só faltava ficar macio quando alguém vai de encontro ao chão. E sempre tem alguém que vai. Sempre.

Fico pensando quanta coisa tem em São Paulo que eu nem imagino. Me pego matutando as vezes nas coisas que poderia fazer no final de semana e, não consigo achar muita coisa diferente do bom e velho Cinemark com pipoca doce (a do Tamboré é a melhor) e um parque. Mas eu tenho certeza, que tem muita coisa oculta por aí. Que só deve ser legal, por que pouca gente conhece. Teatros de graça, Shows de Rock obscuros, passeios noturnos por cantos desconhecidos da cidade...

Sempre que eu achar algo diferente, irei postar aqui.

Começarei a busca assim que as minhas feridas cicatrizarem.

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Apenas um farol...

Sentado em meu sofá, o cinzeiro ao lado dos copos vazios, perdido em pensamentos, nesse lugar velho que cheira a vinho e cigarro eu tento lembrar, quanto tempo faz. Quando foi que alguém me disse que eu perdi minha única amiga.

Fecho os olhos e volto ao cemitério.

Os raios de sol do amanhecer deitam por cima do funeral, lembrando os braços quebrados da lei humana, que me parecem, sempre foram besteira. Ouço por entre as árvores, algumas pessoas dizendo que ela morreu pelo seu coração partido.

O vento bate em meu rosto e minha mente se deixa levar. Eu fico imaginando ela, que sempre teve o rosto lindo, correndo, delicada, por esse lugar, que em nada a lembra.

Me sinto preso, como em meio a um desfile do dia da independência. Ela reclama que está frio. Tento achar a saída, mas não consigo. Eu sei que deve estar em algum lugar, bem aqui na minha frente, mas não consigo achá-la em meio à feiúra e cobiça.

Vemos o sol por cima da ponte, onde termina a cidade. Ele está nos dizendo que tudo o que existe é bom e que o vazio morreu. Corremos em direção a ele. Ela corre demais, até não sobrar nada e quando chega ao fim, é só o parapeito de sua janela.

Sou arremessado de volta ao velho sofá. Me sinto tão sozinho com o corpo pesado e penso que às vezes, gostaria de ver esse lugar pegar fogo. Ele parece com um caminhão batido. Eu já mudei as coisas de lugar, tentei arrumar, mas tudo parece sempre bagunçado, nada muda o que parece que morreu com ela. Eu tentei ligar o seu motor, mas o motor não funciona.

Eu fico me dizendo: Hey, vamos, tente mais um pouco, nada é para sempre. Deve haver algo melhor do que o simples meio termo. Eu e a Cinderela, mesmo com tudo, conseguimos dirigir até em casa, com apenas um farol.

Cara eu sei que não mudei, mas eu não sou a mesma pessoa, caminhando em meio a essa cidade de sonhos moribundos e sombras.

Acho que a morte dela esta me matando...


Baseado na letra de One Headlight – The Wallflowers.

terça-feira, 4 de setembro de 2007

O que é uma chave primária?...

Época de correção de provas. Que coisa horrorosa.
Primeiro que é impossível fazer isso durante o expediente. Mesmo porque quando um professor diz que trabalha quatro horas, ele realmente trabalha durante as quatro horas. Já disse que tem dias que trabalho quinze? Eu chego parecendo um farrapo em casa. Não tenho forças nem pra falar.
Em que outro emprego você tem quarenta pares de olhos em cima de você, analisando o que você faz ou não? É puxado. E ainda tem aluno que insiste na velha pergunta. “O senhor trabalha também ou só da aula?”. Já falei sobre isso uma vez. Não vou me repetir.
De qualquer forma eu penso que deveria dar pontos extras nas provas para o uso da imaginação. Tem aluno que conseguiria evitar uma dependência se eu fizesse isso.
Só para se ter uma idéia, eu escolhi uma das 10 perguntas feitas para algumas turmas de um dos colégios onde dou aula. Um que comecei recentemente.
A pergunta era: “O que é uma chave primária?” Uma definição boa para isso seria: Chaves primárias (em inglês Primary Keys ou PK) sob o ponto de vista de banco de dados referem-se a um dado campo, cujos valores nunca se repetem e que podem ser usados como um índice para os demais campos da tabela do banco de dados. Nesta chave não pode haver valores nulos ou repetidos.
Essa seria a explicação correta. Mas olha o que encontrei corrigindo as provas.

- Ela é uma ponte principal do DFD. Ela é tipo um menu. (E ele ainda coloca "tipo" um exemplo.)
- É o código fundamental para criação de um banco de dados.
- Uma ferramenta. (Simples, objetivo e sem noção da resposta certa.)
- É um modo de sempre ser padrão. Ex. Seguir uma sequencia de 1,2,3, etc. (Que bom. Outra com exemplo)
- É uma ferramenta usada para porcentagem. (hum?)
- Um processo simples do processo, no qual são resolvidos passos simples e não muito aprofundados. Muito básico. ( Voce esta tentando entender? Eu desisti na terceira vez que li.)
- É um chave com dois lados, usada para abrir sistemas seguros. (Meu queixo caiu no chão e todos os meus dentes quebraram.)

Professores deveriam ganhar por insalubridade. É dificil manter um minimo de sanidade nesse emprego.
Graças a Deus eu não era o professor desses caras. Ficaria doente com essas respostas. Mas pelo menos tive uma amostra do que eu tenho pela frente. Uma classe de caras que não querem nada, não gostam de assistir aulas e, não sabem nem o que é uma chave primária.
Para quem gosta de desafios esse é um prato cheio.
Alguém aí gosta de desafios?