quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Feriadão...

Fim de semana prolongado e antecipado, o que paulistano gosta de fazer? Ou viaja ou vai pro shopping.
Adivinha o que eu fiz? Bom, eu sou paulistano.
Estava me preparando para viajar a quase duas semanas. E só pra variar, fiz as malas uma hora antes de ir. Não adianta. Eu sou assim.
Mas na semana passada eu fui dar uma olhada no mercado pra saber o que levar. Não tinha muita coisa. Carregamento de Coca-Cola? Confere. Chocolates? Confere. Bala Mentos? Confere. Hum. Espere. Eu mudei o corte de cabelo. Alias, eu parei de cortar o cabelo. Precisava de um xampu. Foi quando me deparei com uma verdade sórdida.
É quase impossível comprar xampu sem uma mulher dando o apoio técnico necessário.
Você não acredita? Eu utilizei uma estratégia simples, que todos os homens usam quando precisam comprar algo. Comecei pelo inicio da fileira e iria parar assim que avistasse o mais barato.
Foi então que cometi a burrada de olhar os rótulos. Os xampus são divididos ao que me parece por tipos de cabelo. Cabelos mistos (o que me confundiu um pouco, pois como tenho cabelos brancos, misturados com os castanhos, na minha cabeça, poderia ser esse o meu tipo), cabelos oleosos, que logo foram descartados, pois meus cabelos só ficam oleosos quando passo três ou quatro dias sem lavar, cabelos secos, que também foram descartados, pois normalmente, quando vou usar o xampu, estou no banho e os meus cabelos estão ensopados.
Resolvi então, optar pelos mistos. Mas a coisa não para por aí. Existem dentre os xampus para cabelos mistos, os para cabelos tingidos, encaracolados, lisos, compridos, danificados, com pontas duplas, com caspa, ressecados, queimados pelo sol, e mais uma infinidade de outras peculiaridades capilares. Nenhum para pessoas com cabelos normais. Nenhum.
Escolhi um que não tinha nada no rótulo. Foi quando uma vendedora me viu com cara de “O que eu estou fazendo aqui?” e resolveu me ajudar. Ela começou me dizendo que o xampu que eu escolhi, não era apropriado para o meu cabelo, pois era de broto de bambu com maçãs silvestres, e que eu devesse, talvez, optar pelo de soja com babaçu.
Babaçu? Que merda é essa? É uma fruta, uma verdura, uma leguminosa? Onde Babaçu abunda? Qual a diferença entre Babaçu e Bambu? Ela usou aquele sorriso que atiramos contra as crianças, que nos perguntam uma bobagem, do tipo “de onde vêm os bebês?”, e me explicou algo em relação ao tipo de essência com tonalidade e espessura dos fios do cabelo. A verdade seja dita; eu não entendi porra nenhuma. Peguei o produto indicado.
No caixa deixei o xampu no cestinho de produtos abandonados.
Eu preciso reavaliar a minha posição em relação às mulheres fúteis, pois descobri que mesmo para ser fútil, é necessário um estudo complexo de alguns assuntos.
Toca para a praia sem o xampu. E sem o suprimento de Coca-cola também. Adivinha? Preparado muito antes da viagem. É claro. Esqueci. Ou faço em cima da hora, ou melhor, não fazer.
A viagem foi ótima, apesar da Régis, que é uma porcaria de estrada, mas mesmo assim fomos obrigados a voltar no sábado de madrugada. Falta de água. Também, todo paulistano que se preza resolve viajar no feriadão.
O negócio é que eu estava com muita vontade de assistir o filme “Tropa de elite” e resolvemos fazer isso no domingo. Qual o melhor lugar para se pegar um cinema? Shopping. Claro.
Você conhece alguém mais paulistano do que eu?

Um comentário:

Gwen disse...

Ela não te contou do shampoo sem sal? =oO