sábado, 2 de junho de 2007

A difícil vida de solteiro

Semana passada eu estava em uma baladinha rock (muito boa, aliás) em uma casa chamada Enfarta Madalena. Ambiente interessante, meio gótico, com correntes como corrimão e vela derretida nos pilares das escadas. Muita gente bonita também.
Como alguns sabem eu me tornei um solteiro em dezembro ultimo e ainda (acredite... ainda) não fiquei com ninguém. Falta de competência ou de vontade, não sei dizer. Acredito na falta de competência. Plena.
Se já era difícil antes, quando eu tinha a tenra idade da adolescência, o que aconteceu a vários anos luz, agora então a coisa ficou muito mais complicada.
Primeiro ponto a ser avaliado: A idade.
Estou em uma idade que é horrorosa. As mulheres ou são muito novas ou são muito maduras. As que estão no ponto pra mim, ou estão casadas ou são inacessíveis de outras formas diversas como as lésbicas, as bêbadas (que tem como esporte vomitar nas pessoas), e as difíceis. A verdade seja dita que as difíceis são a franca minoria. Mulher nenhuma é difícil nessa idade. Elas se dão por satisfeitas se alguém falar com elas durante a noite. Nem que seja pra perguntar as horas.
Segundo ponto a ser avaliado: Os amigos.
Impressionante como os amigos não podem te ver solteiro. Eles querem que você esteja com alguém. Não. Eles exigem que você esteja com alguém. Aparentemente o cara que chega em uma festa sozinho e vai embora pra casa sozinho é um fracassado. Cuidado. Você pode perder os seus amigos se continuar com essa idéia tola de permanecer sozinho. Ninguém gosta de fracassados.
Juntando os dois primeiros pontos então chegamos a situação em que me encontrei no ultimo fim de semana. Uma garota, uma das bonitas, não tirava os olhos de mim. Passou por mim pelo menos seis vezes e a cada vez era uma olhada desperdiçada na minha direção. Os meus amigos estavam juntos. Pronto. Estava montada a receita para o escárnio.
- Vai lá. Quem sabe você não sai com alguém daqui essa noite. – Disse um dos sábios profetas do amor.
- A garota esta a fim. Essa já é sua. Vai nessa – Em couro uníssono os demais.
Para quem esta de fora parece que os amigos estão dando uma força e querem o seu bem, mas para quem está ouvindo as palavras que chegam aos martelos e bigornas dentro dos ouvidos e são analisadas no cérebro dizem o seguinte: - Vai até lá. Nós estamos todos observando você. Vê se não vai dar mancada.
Não tem jeito. É muita pressão. É como atuar em um filme pornô com uma atriz feia com o diretor gritando atrás da sua bunda descoberta e peluda a mostra: - Vai, endurece mais. A câmera ta filmando e ele ta meia bomba.
É difícil.
Mas eu fui. Vamos a ela. Afinal não tem o que possa dar errado. Ela estava olhando, todos viram. Fui até atrás dela e perguntei:
- Qual o seu nome?
- Gabriela. – Ela respondeu. Quer dizer; inacreditável. Ela realmente respondeu.
- Olá Gabriela. Estava te observando...
- O meu namorado esta no banheiro.
Eu deveria ter respondido alguma coisa. Qualquer coisa. Mas que tipo de resposta existe pra isso? Eu primeiro fiquei preocupado com o pseudo-namorado. Se ele estivesse realmente no banheiro ele estava em maus lençóis, porque eu não agüentei ficar nem cinco minutos dentro daquela sala que aprecia uma ante câmera para o inferno, imagina o cara que estava lá a pelo menos quarenta minutos. E deve estar lá até agora, porque até onde eu vi, ela continuou sozinha. Entende? Sozinha. Sem ninguém. Ela preferiu realmente ficar sozinha a me dar cinco minutos de atenção. E virou para a amiga. Foi aí que eu lembrei. Meus amigos.
Pelo menos quando me virei todos eles fingiram que não tinham visto nada. Faz parte do código de honra dos homens. Eu sei que eles só irão me sacanear em relação a esse fato no próximo final de semana. Melhor assim. Mas eu fiquei preocupado e fui até o banheiro para ver se não havia crescido uma verruga daquelas com cabelos que insistem em ficar encarando as pessoas. Não tinha nada. Nada no meu rosto e, aliás, nada no banheiro também. Nem ninguém. Chamem o resgate, o namorado da Gabriela entrou pelo cano.As coisas ao que parece mudaram um pouco desde que eu sai desse mundo da solteirisse. As mulheres quando olham agora, não querem nada. Ou talvez eu estivesse vestido de forma engraçada com calças vermelhas e blusa verde. Pode ter sido essa a razão também. E da próxima vez eu tentarei com uma garota menos estrábica. Acredito que o risco seja menor assim.

5 comentários:

Gleyciely MoraEs disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Gleyciely MoraEs disse...

Que Historia hein??? muito engraçada mais um tanto triste.... rir muito aki.... no meio dessas mulheres que vc falou eu me encaixo em qual? madura ou novinha demais?.. bjs adorei a historia muito boa rsrsrrss

Dejeve Cetier disse...

huhuhu! ótemo texto
vc tá sendo melancólico... bom, pelo menos ta sendo de uma forma divertida, JÃO!

hEAUIHEAUIea
vai em paz, ivan!

Unknown disse...

Quer uma dica? Sempre, mas seeempre pergunte as horas...

Prós disse...

Gleyci, vc apesar de estar no ponto, esta no quesito distancia ;).

hehe.. valeu o comentario jão. Abraço pra vc.

E obrigado pela dica Lu... huahauhau. Beijão