Tem pessoas que conseguem contornar os problemas de formas inusitadas. Em um dos campings em que parei antes de achar o definitivo, encontrei um carro com um aparelho de ar-condicionado em uma das janelas! É. Um aparelho de ar-condicionado. Fui conversar com o dono, claro. Quando falei para ele que precisava tirar uma foto senão ninguém iria acreditar em mim, ele mandou: “Então tire a foto de dentro do carro.”. Pois bem, quando ele abriu a porta, por dentro o carro estava todo forrado por um tecido escuro e grosso, sem nenhuma passagem para a luz, o que facilitava o “congelamento” do interior pelo aparelho. Mas não foi isso que me impressionou. O cara tinha um computador desktop, e uma televisão LCD com aparelho de TV a cabo, dentro do carro. “Não fala alto, se não vão cobrar um extra pela energia elétrica.”, e deu risada. O carro do cara estava muito melhor equipado do que o meu quarto em São Paulo. A verdade seja dita, até que a minha casa. Tudo isso para economizar nas diárias das pousadas.
Mas para mim o inferno está no banheiro. Um problema é a fila e quanto mais gente no camping, pior é a espera. Outro é a limpeza, apesar de ter dado sorte nesse ultimo, não tenho as melhores lembranças dos outros. E por ultimo, tudo é por sua conta. Isso significa que você tem que levar inclusive o papel higiênico. E todas as vezes que quiser utilizar o quartinho, as pessoas sempre saberão o que você vai fazer. Levou o equipamento higiênico? Numero dois. Certeza. Não há privacidade.
Mas tirando isso, todo o resto é muito legal. E tem coisas que só acontecem quando se está acampado.
Na manhã do terceiro dia eu fui escovar os dentes e quando eu olhei para a pia, havia uma porra de um sapo olhando pra mim. Grudado na parede do tanque. Não tenho nada contra esses bichinhos e com a minha mãe que adora essas criaturinhas verdes, frias e gosmentas, aprendi a gostar também. Mas eu tomei um susto. Um dos bons. Susto de macho é verdade. Controlado. Sem gritaria, sem histeria, sem sangue quente nas veias. Igual ao o sapo. Apenas arregalando os olhos, até as pupilas quase saltarem para fora e logo em seguida se recuperando. Reação contraria a da primeira mulher que topou com o bichinho. Se eu não avisei? Claro que não. Fiquei na minha, fiz cara de paisagem e quando ela gritou, ainda perguntei com a maior cara de pau: “O que aconteceu? Você está bem?”.
Divertido. Pena que não deu pra dividir o momento com ninguém. Até agora...
Um comentário:
Eca!
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