
Uma gota de suor escorre desde a testa, passando ao lado do olho direito, descendo como uma lágrima, contornando a bochecha, beijando de leve o canto da boca e se atirando ao lado do queixo, em direção ao asfalto, que em segundos faz com que evapore e vá se acumular as negras nuvens, que pouco a pouco se unem ameaçando tapar o sol, apenas para despencarem novamente em direção ao chão, num ciclo que lembra a vida.
O limite próximo, o obriga a reduzir e então parar. As mãos vão para os joelhos enquanto seus pulmões se enchem e se esvaziam de ar, pesadamente, sofregamente, fazendo com que seu peito estufe e diminua, chiando, lembrando que ele correu por tempo demais.
E ali, parado ele sente a brisa.
Fresca, delicada tocando suavemente o seu rosto, levando o vapor de seu corpo, fazendo com que ele feche instintivamente os olhos para apenas sentir sua caricia. Ele, então, entende que é hora de parar de correr e voltar a andar devagar. Essa sensação, trazida pela brisa faz com que ele saiba exatamente o que fazer.
Andando, devagar, a paisagem lhe mostra detalhes, que ficavam ocultos pela pressa.